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Francisco Louçã: "Fomos governados por aprendizes de feiticeiro"

No seu espaço de comentário na SIC, Francisco Louçã comentou o desvio superior a 3 mil milhões de euros da Caixa anunciados por Centeno na Comissão Parlamentar de Orçamento.

Francisco Louçã: "Fomos governados por aprendizes de feiticeiro"
Notícias ao Minuto

23:16 - 06/07/16 por Notícias Ao Minuto

Política Notícias

O antigo líder do Bloco de Esquerda considera “estranho” o facto de o PSD se recusar a responder à intervenção do ministro das Finanças. Até porque “foi o PSD que escolheu precipitar a abertura da audição com o ministro Mário Centeno”, considerou o comentador, frisando que os sociais-democratas tinham que ter feito o trabalho de casa, uma vez que tinham todos os dados sobre a CGD e que governaram até há pouco tempo.

Para Francisco Louçã, foi uma “indelicadeza” não permitir que Centeno fizesse a declaração prévia na Comissão de Orçamento. Sobre o valor apresentado pelo ministro, os mais de 3 mil milhões de euros de desvio, Louçã defende que se o problema já era preocupante, poderá relançar toda a recapitalização para números muito mais elevados. Se até aqui se falava de 4 mil milhões, o economista prevê que esse valor supere os 5 mil milhões de euros.

“A Caixa vulnerabilizou-se muito nestes últimos anos por ter uma gestão partidarizada, por ser visto como um saco azul do regime", critica Francisco Louçã. O economista aponta o dedo ao governo anterior por não ter recapitalizado a Caixa “quando o devia ter feito”. Contudo, sustenta que o problema da banca não é só a CGD, é um probelama sistémico que envolve todo o sistema financeiro português que saiu fragilizado dos últimos anos.

O comentador considera “absolutamente irresponsável” a forma como se geriu o problema da banca nos últimos quatro anos (os da Troika). “Havia 12 mil milhões de euros para financiar o sistema bancário. Foi utilizado metade e muito tarde, quando a intervenção tinha de ser imediata para organizar a estrutura capital dos bancos”, defende, apontando que a banca foi perdendo valor durante esse tempo e vendida a capitais externos.

“O grande fracasso da Troika foi a reforma estrutural que era preciso fazer e nem cuidaram dela. Pelo contrário, tentaram esconder essas necessidades de recapitalização”, sublinhou o comentador. Para Louçã, houve um momento em que era óbvio o problema já estava identificado [já se sabia do Banif] e evitou-se qualquer intervenção para “fingir que havia uma saída limpa da Troika”.

“Fomos governados por aprendizes de feiticeiro, por gente que achava que se podia safar-se”, conclui.

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