No debate quinzenal com o Governo, no parlamento, Assunção Cristas abriu as suas perguntas ao primeiro-ministro questionando-o sobre a criação de um título único ambiental previsto no programa de modernização administrativa Simplex +, tendo António Costa respondido que se trata de pôr em prática legislação que o governo anterior aprovou e que não tinha sido aplicada.
"Aquilo que eu sugiro é que se, ainda por cima sabe que está a dizer uma mentira, aproveite para a corrigir. Eu dei este exemplo mas podia dar outros, tenho vários em carteira. Isso chama-se plágio", afirmou Cristas na réplica, sublinhando ser "completamente a favor do Simplex".
"O Governo anterior trabalhou a partir do que vinha de trás, trabalhou, progrediu, e é exatamente isso que os senhores e bem estão a fazer agora, mas não disse que era seu aquilo que não era seu", acrescentou.
António Costa atribui o recurso de Assunção Cristas a palavras como mentira e plágio à falta de argumentos da líder centrista.
"Irá depois dar-se ao trabalho de rever a história e verificar que a lei que não revertemos e que aplicamos prevê um regime único mas não o título único que vamos criar em execução a essa lei. Mas vejo que ao menos é sempre fácil contentá-la: quando revertemos a lei, somos péssimos porque revertemos, quando não revertemos continuamos a ser péssimos porque não a revertemos", atacou o primeiro-ministro.
As acusações foram proferidas no debate quinzenal no parlamento, que foi animado entre Assunção Cristas e António Costa.
Voltando a qualificar de "escandaloso" o chumbo recente pela maioria de esquerda de medidas propostas pelos centristas sobre a natalidade, a líder centrista questionou se o mesmo se passará com as iniciativas legislativas sobre o envelhecimento ativo que o CDS anunciou que irá apresentar mas que ainda não são conhecidas.
Tal como havia feito com a questão da natalidade, Costa respondeu que Cristas confunde as funções de primeiro-ministro com as de secretário-geral do PS, sublinhando que no parlamento quem responde pelos socialistas são o líder parlamentar e os deputados socialistas.
O primeiro-ministro voltou a disponibilizar-se para, enquanto secretário-geral do PS, se reunir com a presidente do CDS, e desta vez até lhe propôs que o encontro se faça num almoço de peixe, em honra ao "amor comum ao mar".