No entanto, o autarca frisou que "gostava de ser o candidato do PS, para concluir o projeto iniciado em 2009", tendo já manifestado essa disponibilidade ao partido.
"Estou disponível para abraçar uma candidatura, de caráter independente ou não, que me permita concluir o projeto e o compromisso que assumi em 2009 com os barcelenses", afirmou.
Miguel Costa Gomes está a cumprir o seu segundo mandato como presidente da Câmara de Barcelos, tendo sempre como número dois Domingos Pereira, presidente da Concelhia socialista.
Este ano, o PS/Barcelos decidiu abrir um "inédito" processo de auscultação dos órgãos concelhios e dos presidentes de junta e vereadores eleitos pelo partido para escolher o candidato à câmara, nas autárquicas de 2017.
Um processo a que Miguel Costa Gomes disse ter aderido "a bem da serenidade", embora "nunca o tivesse achado o melhor".
Numa primeira fase, os presidentes de junta do PS e os membros do Secretariado e da Comissão Política Concelhia, num total de mais de 120 pessoas, foram convidados a pronunciarem-se, por voto secreto, sobre o candidato da sua preferência.
Os resultados da votação não foram oficialmente divulgados mas, segundo os jornais locais de Barcelos, Domingos Pereira foi o escolhido "por larga margem".
Para Miguel Costa Gomes, este foi um processo "demasiadamente manipulado", pecando assim por "não ser transparente nem democrático".
A título de exemplo, sublinhou que houve pessoas que tiveram direito a votar "duas e três vezes".
"O processo poderá, até, violar os estatutos do partido", acrescentou.
A segunda fase passaria pela realização de uma sondagem no concelho com os nomes mais votados, mas Costa Gomes garantiu hoje à Lusa que já se colocou fora desse processo.
Para Costa Gomes, já foi feita "uma grande sondagem" nas eleições legislativas de 2015, em que Domingos Pereira era o quarto da lista do PS pelo distrito de Braga e o partido "perdeu em 36 das 38 freguesias" lideradas pelo PS no concelho de Barcelos.
"E mesmo nas duas em que o PS ganhou, foi ela por ela", sublinhou.
Domingos Pereira já disse que o processo de auscultação do próximo candidato à Câmara de Barcelos "não é para excluir ninguém, mas sim para ser o mais inclusivo possível, não deixando ninguém de fora à partida".
Sobre a sua eventual disponibilidade para avançar, Domingos Pereira, atual deputado na Assembleia da República, deixou a porta aberta.
"Não está nos meus horizontes ser candidato a nada por iniciativa própria, mas serei para o partido o que o partido entender que devo ser", referiu.