A saída de Paulo Portas da liderança do CDS e a queda do governo de coligação, com os partidos que a integravam a dar lugar à oposição, deixou a Direita num “tempo de escolhas”.
Assim olha para o atual panorama político o socialista Pedro Silva Pereira, convicto de que “a Direita só regressará ao poder quando for capaz de reconquistar a maioria absoluta”. E isso é, a seu ver, “consequência política do seu radicalismo”.
O caminho a trilhar pela Direita começa, desde logo, nos centristas, num momento em que se aguarda o assumir de funções de um novo líder. Para o jurista, que como habitual à sexta-feira assina um artigo de opinião no Diário Económico, “a primeira escolha que o CDS tem de fazer é uma fusão definitiva com o PSD ou, pelo contrário, afirmar a sua identidade própria e a sua autonomia estratégica”.
Se, na primeira opção, Silva Pereira assume que tal “depende também do PSD” e considera que seria mais viável perfilar a designação PPD, na segunda opção “a tarefa não se afigura menos complicada”.
O CDS tem, a seu ver, “três alternativas”, que passam por regressar à democracia-cristã, recuperando o centrismo original e a equidistância política face ao PSD e PS; regressar ao populismo moderado (“uma espécie de ‘portismo’ sem Portas); ou adotar um novo populismo radical, “do tipo eurocético”.
Em jeito de conclusão, escreve Silva Pereira, “as duas primeiras opções não passam de variantes de ‘regresso ao passado’ de sucesso duvidoso”. Já a última “condenaria o CDS ao isolamento político e, portanto, ao fracasso”.