"O voto não pode ser sujeito a um visto prévio da Europa"
Pacheco Pereira considera que nos últimos anos os partidos socialistas se tornaram “uma espécie de mandaretes" do Partido Popular Europeu (PPE).
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Política Pacheco Pereira
Para Pacheco Pereira, a possibilidade de formação de um governo de Esquerda em Portugal surge também como resposta a uma certa hegemonia do Partido Popular Europeu (a ‘família’ europeia do PSD e do CDS). E é algo que se faz sentir de diferentes modos noutros países, seja um Partido Trabalhista mais à Esquerda em Inglaterra, com Jeremy Corbyn, seja as ascensões do Podemos em Espanha ou do Syriza na Grécia.
Em entrevista ao jornal i, o historiador diz mesmo que “quando se fizer uma análise destes anos há de verificar-se que a questão não é tanto a senhora Merkel como um partido hegemónico que se comporta como a internacional comunista nos anos 30”.
Apesar das suas ligações históricas ao PSD, Pacheco Pereira alerta para o “perigo para a democracia e Europa” de os partidos ligados ao PPE terem “um direito quase natural de governar”.
“O voto não pode ser sujeito a um visto prévio da Europa”, diz ainda o comentador político, acrescentando que “há uma enorme falência da democracia em muitos países europeus suscitada pelas chamadas regras europeias”.
E como este fenómeno na política europeia acontece ‘à sombra’ do crescente poder dos chamados mercados, Pacheco Pereira apela à necessidade de transparência e de criminalizar o que descreve como “a enorme opacidade dos mercados”, opacidade essa que “tem de ser extirpada”.
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