Portugal pagou “um preço desproporcional e, de certa forma, inútil” para atingir os objetivos orçamentais do memorando de entendimento, considera Maria de Lurdes Rodrigues.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo, a ministra da Educação do primeiro governo de José Sócrates diz que o Governo de Pedro Passos Coelho aproveitou a “oportunidade para cumprir um programa ideológico que não estava consagrado no memorando que […] dificilmente teria conseguido fazer passar se não tivesse o pretexto da troika”.
"Não gosto de política escondida atrás de cenários macroeconómicos”, disse a professora, elogiando a forma como o PS apresentou propostas com base num cenário macroeconómico. “A política deve comandar e portanto preferia o exercício ao contrário, que é um político pedir a um grupo de economistas: vejam a viabilidade económica deste pacote de medidas".
Maria de Lurdes Rodrigues acredita que a dívida vai continuar a subir e que tem de ser reestruturada. “A dívida simplesmente não é pagável” e o governo que vença as eleições “vai ter de puxar por essa agenda”, admite.