Falando na RTP informação, no programa ‘Três Pontos’, o antigo líder da CGTP considera que o caso da lista VIP de contribuintes deve ter também consequências para o Governo e não apenas entre funcionários, ainda que estes tenham responsabilidades elevadas no seio da hierarquia da Autoridade Tributária e Aduaneira.
Para Carvalho da Silva, o Governo teve uma postura incorreta neste caso, repetindo o que diz ser uma estratégia já implementada anteriormente, a de “negar e renegar até que a ‘careca’ é descoberta”.
O ex-líder sindical critica também a defesa do Governo neste caso, que descreve como de “hipocrisia”, acrescentando que “estamos a assistir a um montar de estratégia de justificação” em duas vertentes para a opinião pública.
Por um lado critica-se a Autoridade Tributária, por outro alerta-se para a necessidade de proteger dados de contribuintes cujo sigilo fiscal estaria em risco. “Curioso”, salienta, “para começar a proteger começa-se pelos ricos e por quem tem poder”.
“O que foi feito [criação da lista VIP] foi para proteger um núcleo muito concreto”, disse ainda Carvalho da Silva, acrescentando que há uma tentativa de passagem de responsabilidade para a “máquina fiscal”.
O antigo líder da central sindical reservou ainda, em sentido oposto, elogios aos funcionários do Fisco, que “têm tido um comportamento exemplar”, e em particular a Paulo Ralha, o dirigente sindical que alertou para a existência da lista VIP.