"Não acredito num Governo minoritário, teria de haver um compromisso após as eleições legislativas, no sentido de criar um Governo com alguma estabilidade", disse Silva Peneda em entrevista à agência Lusa.
Sem querer dar palpites sobre os futuros resultados eleitorais, Silva Peneda referiu que as sondagens dão alguma vantagem ao Partido Socialista, mas considerou que, tendo em conta que ainda faltam alguns meses para as eleições, o Governo ainda pode recuperar.
"O PS vai ligeiramente à frente, mas como faltam ainda uns meses para as eleições, o Governo ainda pode recuperar se não falhar", disse.
O presidente do CES defendeu a necessidade de um compromisso político pós eleitoral, não só porque não prevê uma maioria absoluta, mas sobretudo porque defende para o país "um grande plano a 10 anos, com um compromisso estratégico".
"Sem pensar a médio prazo não se constrói nada que se veja. O país precisa de uma ideia estratégica", disse.
A reforma do Estado, o equilíbrio das contas públicas e uma política de crescimento económico são, para Silva Peneda, essenciais para um plano estratégico de médio prazo para o desenvolvimento do país.
"Não estamos habituados a pensar a médio prazo. Falta fazer uma reflexão sobre os objetivos para o futuro e como chegar lá. Andamos a apagar incêndios mas a visão de fundo está ausente, porque perdemos muito tempo com coisas sem importância", afirmou.
Silva Peneda falou ainda da situação política na Europa, resultante do descontentamento dos cidadãos para com as forças políticas tradicionais, que tem levado à desilusão e à opção pelo radicalismo político, tanto à esquerda como à direita.
Mas reconheceu que em Portugal não se vê essa tendência.