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Palestina? "Portugal deveria estar ativo no plano europeu na 1.ª linha"

A antiga embaixadora Ana Gomes criticou hoje a falta de ação da diplomacia portuguesa em relação à Palestina, contrariando uma tradição de defesa da solução dos dois Estados.

Palestina? "Portugal deveria estar ativo no plano europeu na 1.ª linha"

© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images)

Lusa
19/10/2025 18:57 ‧ há 5 horas por Lusa

"Portugal deveria estar ativo no plano europeu na primeira linha, a defender aquilo que a Europa sempre defende desde 1980", que passa pela "desocupação da Palestina e a e a criação dos dois Estados nos termos das resoluções das Nações Unidas", afirmou Ana Gomes à Lusa, à margem de uma manifestação em Lisboa.

 

"Portugal é um país que deveria saber melhor que ninguém a centralidade do direito internacional, dos direitos humanos e a centralidade de lutar pelo direito à autodeterminação", afirmou a diplomata, que lembrou o empenho português em Timor-Leste.

Se não há respeito pelos direitos humanos, "não há solução pacífica para conflito nenhum" e o "primeiro dos direitos humanos é justamente o direito de autodeterminação dos povos", salientou.

"Com a ocupação na Palestina, com a ocupação de Gaza, com a ocupação da Cisjordânia, nunca haverá paz naquela zona do mundo e, portanto, não haverá paz para o resto do planeta e não haverá paz na Europa", acrescentou, salientando que Portugal já foi muito ativo na busca de uma solução para o conflito.

Ana Gomes lembrou o trabalho de Mário Soares, "o primeiro chefe de Estado a pernoitar em Gaza com [Yasser] Arafat [o líder histórico da Organização de Libertação da Palestina, OLP]", nos esforços dos anos 1980 e 1990 para a paz no território.

"A partir daí regrediu-se e é evidente que isto tem muito a ver com as forças reacionárias da extrema-direita que estão aí à solta no mundo inteiro, a começar nos próprios Estados Unidos", que "foram absolutamente coniventes com a política de Israel de precipitar a guerra e de tudo utilizar para a conquista do território e inviabilizar a solução dos dois Estados".

Apesar da mobilização da sociedade civil em Lisboa, Ana Gomes considerou que "não é uma manifestação suficiente para a gravidade do que se passa" na Palestina e de como afeta a "dignidade coletiva" e a segurança do povo português.

"Eu quero ter uma mobilização geral em Portugal como houve noutros países", mas este é "um país em que muitos portugueses pouco se importam e estão muito ocupados com as suas vidas, a ver pela televisão", lamentou a também antiga eurodeputada socialista.

Mas neste caso, os portugueses "têm que se mobilizar porque senão se continuam a ser o povo que tudo permite, encolhendo os ombros, e depois não se podem admirar quando lhes tocar à porta", como sucede atualmente, em que está em causa a "paz e a segurança da Europa".

Organizada pela Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina (PUSP), composta pela Amnistia Internacional Portugal, Greenpeace Portugal, Médicos sem Fronteiras e Fundação José Saramago, entre outras organizações da sociedade civil, a manifestação pediu a paz no território e o respeito do cessar-fogo recentemente assinado.

Leia Também: Marcha pró-Palestina junta milhares no centro de Lisboa. Eis as imagens

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