João Cotrim Figueiredo, candidato à Presidência da República, respondeu esta quinta-feira às declarações de Manuela Moura Guedes, que o acusou de ter sido um "pau mandado dos espanhóis" e de a ter obrigado a "rescindir contrato com a TVI".
Num comunicado, enviado ao Notícias ao Minuto, o eurodeputado e antigo líder da Iniciativa Liberal (IL), defendeu que quando assumiu as funções de diretor-geral da TVI, cargo que exerceu entre 2010 e 2012, a jornalista já se encontrava de "baixa médica desde setembro de 2009" e foi posteriormente informado que "não estavam reunidas condições mínimas" para o seu regresso.
"Quando assumi as funções de diretor-geral da TVI, em abril de 2010, o Jornal Nacional apresentado por Manuela Moura Guedes (MMG) já tinha sido suspenso e a jornalista encontrava-se de baixa médica desde setembro de 2009", começou por referir na nota.
"Quando entrei, depois desses factos, foi-me transmitido pela direção de informação que não estavam reunidas condições mínimas para o regresso de MMG à redação, fator que tive em consideração e que transmiti à própria MMG no âmbito do processo de rescisão contratual", acrescentou.
O liberal afirmou que, "quinze anos depois", Manuela Moura Guedes "evidencia lapsos de memória incompreensíveis", lembrando-se de "coisas que não aconteceram" e esquecendo-se das que "efetivamente ocorreram".
João Cotrim Figueiredo frisou que "nunca existiu qualquer subserviência" da sua parte "aos acionistas espanhóis" e sublinhou que deixou a TVI por estar "incompatibilizado com esses mesmos acionistas".
Na nota, o candidato à Presidência da República afirmou, ainda, que Manuela Moura Guedes chegou a elogiar a "forma humana" como geriu a sua saída da TVI, "atendendo sempre às circunstâncias pessoais e profissionais em que se encontrava."
Em causa está uma publicação de Manuela Moura Guedes na rede social Facebook, onde comentou a presença de João Cotrim Figueiredo no programa 'Dois às 10', da TVI, acusando-o de a ter obrigado a rescindir o contrato com a TVI.
"Uma pena é o Dr. Cotrim ter sido um pau mandado dos espanhóis, os donos na altura da Media Capital, e ter mandado a liberdade de imprensa para as ortigas. Foi ele, no meio de ameaças de processos, que me obrigou a rescindir contrato com a TVI, numa altura muito difícil da minha vida profissional", afirmou.
Para a jornalista, que sublinhou que o Jornal Nacional "era o mais visto de todos os canais portugueses e o que mais receitava dava", "a voz do dono falou mais alto do que os princípios e a boa gestão".
"Quando a um domingo à noite (!) fui assinar a rescisão, ao escritório do meu advogado, nem um representante da TVI estava, cobardemente ninguém! Não, este senhor não me inspira confiança para Presidente da República", atirou.
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