Com 46 anos e há 16 anos a desempenhar funções no executivo, Andrea Silva sucede ao também social-democrata Aires Pereira que, depois de 12 anos no poder, não se pôde recandidatar ao cargo devido à limitação de mandatos.
Num cenário sem maioria absoluta e com uma nova composição do executivo, a presidente eleita admitiu que o próximo mandato exigirá "equilíbrio e consensos".
"Sinto uma responsabilidade acrescida. Tenho plena consciência da importância de não desiludir quem confiou em mim. Acredito que, se o interesse de todos for o interesse coletivo e do concelho, será fácil encontrarmos pontos de equilíbrio, entendimento e diálogo", disse à agência Lusa.
Andrea Silva, licenciada em Relações Internacionais, Cultura e Política, que, no seu percurso como vereadora desde 2009, já assumiu os pelouros da Coesão Social, Recursos Humanos, Modernização Administrativa e Gabinete do Munícipe, tem a habitação como uma das prioridades.
"A conclusão da Estratégia Local de Habitação é a minha principal preocupação. É um problema que precisa de resposta urgente, sobretudo para as famílias do concelho. Quero liderar um mandato de continuidade, mas com renovação, muito centrado na proximidade com as pessoas e no equilíbrio social", disse.
Com 40,55% dos votos (14.434 eleitores), Andrea Silva garantiu quatro mandatos (num total de nove) no executivo camarário para o PSD, o menor número de eleitos do partido em quase 30 anos na autarquia.
No mandato que agora termina, a Câmara da Póvoa de Varzim tem sete eleitos do PSD e dois do PS.
A Aliança Poveira (coligação PS--PAN--Livre), liderada por João Trocado, ficou em segundo lugar, com 29,89% (10.641 votos), assegurando três mandatos, algo que não acontecia desde 2013.
Já o Chega, com José Vasconcelos como cabeça de lista, foi a terceira força política mais votada, com 16,36% [5.823 votos], conseguindo, pela primeira vez na história, representação no executivo camarário da Póvoa de Varzim com dois mandatos.
O candidato da Aliança Poveira, João Trocado da Costa, mostrou-se orgulhoso com o resultado obtido na noite eleitoral de domingo e considerou que os resultados demonstram "uma clara vontade de mudança por parte da maioria dos poveiros".
"Fomos a força mais votada na cidade da Póvoa e em Aver-o-Mar. Vencemos na zona urbana do concelho, mas não no restante território. A maioria dos poveiros escolheu mudança entre os projetos apresentados, e quem ganhou tem agora de saber interpretar os resultados à luz dessa nova realidade", afirmou o socialista à Lusa.
Trocado da Costa, que regressa à vereação, garantiu que o seu compromisso é "estar do lado das soluções" e "nunca ser uma força de bloqueio".
"A nossa candidatura foi pautada pelo bom senso, e é assim que encaramos este novo mandato. Estaremos sempre disponíveis para apoiar projetos que visem o desenvolvimento do concelho e esperamos o mesmo espírito de responsabilidade por parte de todos. A democracia é feita de pluralidade, e essa diversidade pode ser uma mais-valia para a Póvoa", disse.
Já o Chega, com dois eleitos no executivo, comemorou o resultado como uma "vitória do trabalho de proximidade", com José Vasconcelos a garantir uma atuação "firme e construtiva" na Câmara.
"Atingimos todos os nossos objetivos. Triplicámos os votos, elegemos dois vereadores e tivemos o melhor resultado distrital do partido no Porto. É o reconhecimento do nosso trabalho e da confiança dos poveiros", afirmou à Lusa.
O novo vereador sublinhou que o Chega está disponível para o diálogo, mas assegurou que o partido "não deixará de defender as suas ideias".
"Queremos pôr as nossas propostas em prática e investir mais na Póvoa e nos poveiros, com menos obras de fachada e mais atenção aos problemas reais. Vamos lutar por mais transparência, seriedade e participação cívica na gestão autárquica", afirmou.
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