Em declarações aos jornalistas antes de visitar a Cooperativa de Educação, Reabilitação e Capacitação para a Inclusão em Cascais (Cercica), o antigo líder do PSD assinalou que o critério para decidir o partido vencedor das eleições autárquicas está definido há muito tempo.
"Há muitos anos que ganha eleições autárquicas quem tem o maior número de câmaras e, com isso, a presidência da Associação Nacional de Municípios. Desde 2013 até hoje foi o PS o vencedor, a partir de ontem o vencedor é o PSD, [porque] teve mais câmaras e vai ter a presidência da Associação Nacional de Municípios", afirmou.
Luís Marques Mendes considerou também que as eleições autárquicas de domingo mostraram que "cada eleição é uma eleição, diferente da anterior e diferente da próxima".
"Acho que isso é o que enriquece a democracia, são sempre eleições muito diferentes, as autárquicas são diferentes das legislativas, das presidenciais, das europeias, de tudo o resto, e essa é uma das riquezas da democracia, por isso é que nós devemos sempre aguardar com humildade os resultados de cada eleição, porque o voto dos portugueses uma vez é de uma forma, outra vez é de outra", sustentou.
Questionado sobre o resultado do Chega, o candidato considerou que "não existe uma única dúvida" relativamente a "quem perdeu e ficou muito aquém das expectativas".
Sobre o facto de o líder do Chega, e também candidato presidencial, ter afirmado que as presidenciais do início do próximo ano representarão o "enterro final do bipartidarismo", Marques Mendes começou por notar que "as eleições autárquicas são umas eleições muito personalizadas".
"As eleições presidenciais também são fortemente personalizadas. As pessoas nas eleições autárquicas querem, em grande medida, autárquicas com energia, com competência, com credibilidade. Acho que nas presidenciais as pessoas querem, de um modo geral, uma pessoa com experiência, com independência, com capacidade de fazer entendimentos", salientou, dizendo estar confortável "nesse plano".
Sobre a perda de municípios por parte do PSD, Marques Mendes afirmou que em eleições autárquicas "todos os partidos perdem câmaras que não estão à espera, ganham outras que não estão à espera" e "o que conta no final é o resultado definitivo".
O candidato às eleições presidenciais de janeiro do próximo ano apelou também ao diálogo nas autarquias sem maioria absoluta.
"O caminho é de haver um espírito de diálogo e um espírito de negociação entre quem tem mais votos, e portanto quem preside o município, e as oposições", defendeu, considerando que o "próximo ciclo autárquico é muito exigente, é muito difícil".
O candidato presidencial falou também sobre a sondagem do Correio da Manhã que aponta um empate técnico entre Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes e André Ventura nas eleições de janeiro.
"Esta sondagem não pode ser mais feliz e confortável para mim, porque estou em empate técnico com o primeiro classificado, que há poucos meses atrás tinha 20 pontos de diferença. Estou em segundo lugar, a subir, se houvesse neste momento eleição passava à segunda volta, e com possibilidades de à segunda volta ganhar eleição presidencial", assinalou.
Luís Marques Mendes referiu que "as várias sondagens que têm saído" dão-lhe "uma enorme confiança", mas ressalvou que analisa estes estudos "com muita humildade, nada de arrogância, nada de triunfalismo".
Sobre a visita à Cercica, o candidato presidencial considerou "absolutamente notável" o trabalho que instituições como esta desenvolvem de apoio a cidadãos com deficiência.
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