Em declarações à chegada à sede de campanha, em Setúbal, pouco antes da 01h00 de segunda-feira, e quando ainda não está fechada a contagem oficial dos votos, Maria das Dores Meira deu como certa a vitória por "uma diferença de 1.200 votos em relação ao PS", o que, acrescentou, "não foi assim tão à justa".
"É um regresso com muita força, muito entusiasmo e com este povo todo à espera deste regresso e deste entusiasmo", afirmou a candidata, que regressa a um município que liderou entre 2006 e 2021, pela CDU (PCP/PEV). A força de esquerda esteve à frente do concelho durante mais de duas décadas.
Antes, o presidente cessante do município setubalense, André Martins (eleito da CDU e que era vice-presidente quando Dores Meira liderava o executivo pela coligação de esquerda), já tinha reconhecido a derrota, ao falhar a reeleição.
Maria das Dores Meira destacou a "vitória expressiva, com tanta luta", com uma candidatura independente que enfrentou "uma campanha tão baixa, tão baixa, tão negra".
"Ganharmos contra tudo e contra todos foi fantástico", salientou.
Questionada se o apoio do PSD e CDS prejudicou a sua candidatura, Maria das Dores Meira negou, justificando: "Já tínhamos pessoas do PSD e CDS nas nossas listas antes de esses dois partidos nos darem o seu apoio".
Maria das Dores Meira assumiu a presidência da câmara de Setúbal em 2006, em substituição de Carlos de Sousa, que renunciou ao mandato depois de ter perdido a confiança política do PCP.
Três anos depois, ganhou as primeiras eleições como candidata da CDU à presidência da autarquia, em outubro de 2009, feito que repetiu por duas vezes, em setembro de 2013 e outubro de 2017, sempre com maioria absoluta e aumentando o número de eleitos e a percentagem de votos - 38,83% (2009), 41,93% (2013) e 49,95% (2017).
Nas eleições autárquicas de 2021, impedida de se recandidatar em Setúbal por ter atingido o limite de três mandatos, foi cabeça-de-lista da CDU a Almada, mas sem conseguir reconquistar este município ao PS, que reelegeu Inês de Medeiros.
Em abril de 2024, renunciou ao mandato como vereadora sem pelouros em Almada e desfiliou-se do PCP. Três meses depois, anunciou a sua candidatura independente à Câmara de Setúbal, mais de um ano antes da data das eleições.
[Notícia atualizada às 01h59]
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