"Não creio que essa questão deva ser dirigida em particular ao PSD: o Chega tem representação no parlamento nacional, nos parlamentos regionais, agora em várias autarquias, terá de assumir as suas responsabilidades", afirmou Luís Montenegro, numa reação na sede do PSD/Porto aos resultados eleitorais, que deram a vitória aos sociais-democratas.
Montenegro admitiu que, em muitos concelhos, existe "uma situação de equilíbrio", e que o PSD ganhou em alguns casos por uma margem curta, mas assegurou que perdeu "muitos mais" pela mesma margem.
"Sobre a governabilidade dos municípios, aquilo que é o nosso princípio é o respeito da autonomia do poder local em toda a sua expressão. Os autarcas eleitos terão de assumir a sua responsabilidade: aqueles que venceram e não têm maiorias absolutas de diálogo, aqueles que não venceram de princípio de serviço às comunidades", afirmou.
Montenegro assegurou que não será a direção nacional "a interferir diretamente na gestão desses municípios, dessas juntas de freguesia".
"É uma tarefa que cabe aos próprios, dentro daqueles que são os princípios das suas candidaturas e da relação democrática entre forças políticas", disse, convidando a comunicação social a analisar o que aconteceu nos últimos quatro anos.
De acordo com o líder do PSD, o Chega teve nas últimas eleições autárquicas "vereadores eleitos que acabaram por ser determinantes na gestão de algumas câmaras municipais", quase sempre com o PS "ou até com partidos mais à esquerda".
"É que parece que só o PSD é que tem que responder a essa pergunta, mas há autarquias do PS e há até autarquias do PCP que tinham um relacionamento político com os eleitos, aqueles que conquistaram nas urnas o direito de representarem a comunidade", afirmou.
Montenegro defendeu, por isso, que "não vale a pena lançarem um estigma sobre o PSD que é exatamente igual àquele que se deve lançar a todos os outros partidos".
"Quanto a dar a mão, nós não vamos dar a mão a ninguém, nós vamos dar a mão às pessoas, aos portugueses, em cada concelho, em cada freguesia, encontrando as condições de governabilidade dentro do sistema político que temos. E creio que os outros farão o mesmo", disse.
Montenegro foi ainda questionado quando irá entregar ao Ministério Público a documentação relativa à averiguação preventiva à empresa da sua família, mas disse não querer fazer qualquer comentário sobre esse tema hoje.
[Notícia atualizada às 01h34]
Leia Também: AO MINUTO: Moedas vence em Lisboa; Pedro Duarte é o novo autarca do Porto