"É verdade que não conquistámos a maioria absoluta, e não era este o resultado que desejávamos. Ainda assim, o que alcançámos é significativo. Provámos um projeto sério pode resistir ao discurso fácil, que a responsabilidade pode prevalecer sobre o populismo e que a verdade no trabalho pode superar as promessas vazias", salientou, depois de ter obtido 33% dos votos.
Vítor Ferreira recordou que o "contexto não era favorável" e que sabia que "havia descontentamento" e que "alguns tentariam transformá-lo em 'slogans' e frases feitas".
O autarca havia assumido a presidência da Câmara Municipal da Amadora, no distrito de Lisboa, em 15 de julho de 2024, substituindo a socialista Carla Tavares, eleita para o Parlamento Europeu.
"Nós escolhemos outro caminho. O caminho da seriedade, do trabalho e da verdade. Porque acreditamos que o futuro não se conquista com atalhos, conquista-se com convicção e com coragem. Os amadorenses foram claros e reconheceram o esforço, o trabalho e a proximidade de quem esteve sempre presente. E afirmaram, com convicção, que confiam no Partido Socialista e desejam que este projeto continue a servir a Amadora", sublinhou.
O socialista afirmou ainda que a noite de hoje "é de vitória", mas é também de "esperança renovada", realçando que "esta vitória é de todos os amadorenses".
"Estamos prontos. Prontos para servir a Amadora e os amadorenses, prontos para sonhar convosco, prontos para construir o futuro da nossa cidade. Aos que não acreditaram em nós, a mensagem é que contem connosco na mesma, porque governamos de coração aberto, governamos para todos e, como sempre, não deixaremos ninguém para trás", referiu.
O candidato eleito lembrou que "não tem receio das dificuldades" e que está preparado "para dialogar e construir consensos", porque o que está em causa é o futuro do concelho.
Licenciado em arquitetura, o autarca de 52 anos integrou pela primeira vez o executivo camarário no mandato 2017-2021, assumindo os pelouros do urbanismo, reabilitação urbana, obras municipais, espaços verdes e mobilidade.
Por sua vez, a candidata da coligação Amadora Resolve à Câmara da Amadora, Suzana Garcia, considerou que também para ela é uma "noite de vitória", porque conseguiu tirar a maioria absoluta ao PS, após obter 30,01% dos votos.
"Esta noite não consigo o fazer exame [se alguma coisa falhou], porque esta noite de vitória. Acabei de tirar a maioria absoluta a um partido que já está há 30 anos, acabei de ganhar uma Junta de Freguesia que tivemos em 1980, portanto, eu só vou é festejar", disse aos jornalistas, após conhecer os resultados.
E acrescentou: "se existiu alguma falha, assumo-as eu todas na integra e mais ninguém desta equipa, porque é assim que fazem os comandantes de uma embarcação".
Suzana Garcia de 45 anos também já tinha concorrido à presidência da Câmara Municipal da Amadora nas eleições autárquicas de 2021 e prometeu erradicar o bairro da Cova da Moura, defendendo realojamento digno e o fim das barracas no concelho.
Nas eleições autárquicas de domingo, o Chega obteve 17,6% das votações na Amadora e a Coligação Democrática Unitária (CDU) 7%, sendo as terceira e quarta forças partidárias mais votadas naquele município, respetivamente.
Para o mandato 2025-2029, o executivo da Câmara da Amadora, que será presidido por Vítor Ferreira, será composto por quatro eleitos do PS (incluindo o presidente), quatro da coligação Amadora Resolve (PPD/PSD/CDS-PP/PPM/MPT/RIR), dois do Chega e um da CDU.
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