Luís Montenegro chegou pouco antes das 20:00 à sede do PSD-Porto, onde o partido acompanha a noite eleitoral autárquica.
Questionado se está em causa também uma avaliação do Governo nas eleições locais, respondeu: "Acho que sim, que de alguma maneira o partido político que lidera o Governo tem a expectativa que, também na sua capacidade de ligação às comunidades locais, possa estabelecer um contrato social, político forte".
"Eu nunca tive medo de eleições, eu já estive muitos anos na oposição, eu tenho muitos quilómetros de atividade política e há uma coisa: eu só quero exercer funções políticas na base da confiança do povo, portanto nunca me importo de estar em juízo e em julgamento, disse.
Recordando que houve um primeiro-ministro -- o socialista António Guterres que se demitiu devido a uma derrota autárquica - Montenegro afastou completamente esse cenário.
"Eu não me vou demitir de certeza, isso podem já tirar esse cavalinho da chuva, portanto essa notícia não vão ter", assegurou, prometendo falar "daqui a duas ou três horas" para fazer a leitura política dos resultados das eleições.
Visivelmente bem-disposto, o líder social-democrata admitiu que haverá resultados "que serão equilibrados até ao fim", não querendo particularizar os casos de Lisboa e Porto.
"Nós vamos olhar para todos os pontos do nosso território com o mesmo interesse, evidentemente não desconhecendo que há alguns resultados que são mais simbólicos, mais passíveis de revelar uma determinada tendência de pensamento", afirmou.
Questionado se se sente entre "uma grande derrota e uma possível grande vitória", perante projeções que apontam para empates técnicos em vários concelhos relevantes, o líder do PSD disse sentir-se "muito tranquilo".
Montenegro disse ter feito a campanha "que pôde fazer" ao ocupar simultaneamente o cargo de primeiro-ministro e líder do PSD, mas salientou que está a trabalhar nestas autárquicas desde 2022.
"Fui eleito no final do primeiro semestre de 2022 e a partir de setembro de 2022 percorri o país, ainda na oposição nacional, estando nos 308 concelhos do país (...) Eu não fiz apenas campanha nestes últimos 15 dias, esta foi uma expressão mais visível", disse.
Já sobre o apelo que fez para que vençam os candidatos "mais alinhados" com a governação, o primeiro-ministro disse ser "fácil de explicar".
"O Governo tem uma filosofia política, tem um programa político e trabalha com todos os autarcas, sejam eles de que partido forem ou até de movimentos independentes. O que eu disse na campanha - e mantenho - é que é natural que quanto maior capacidade de alinhamento, de coordenação, de concordância houver, é possível que isso se reflita também no trabalho dos autarcas", afirmou.
Questionado se espera ser o último a falar, Montenegro frisou que o PSD parte "de uma desvantagem muito grande" nestas autárquicas (com menos 35 câmaras do que o PS).
"Eu disse sempre que nestas eleições queria ter mais câmaras que qualquer outro partido, queria ter mais votos do que tínhamos tido há quatro anos, queria ter mais mandatos do que tínhamos tido há quatro anos", reiterou, dizendo que irá juntar "aspetos qualitativos e quantitativos" na sua análise final da noite.
Questionado se já falou hoje com Pedro Duarte, candidato ao Porto, ou Carlos Moedas, a Lisboa, respondeu que hoje "não falou com rigorosamente ninguém".
"Hoje foi um dia para mim, para descansar, para aliviar, para estar absolutamente tranquilo e, conta, ligar a muitos candidatos, felicitando-os pelas vitórias e, eventualmente, também felicitando-os pelo trabalho que fizeram, mesmo não sendo vitoriosos", disse.
Devido às obras na sede nacional, os sociais-democratas concentraram hoje o acompanhamento dos resultados na sede do partido no Porto, onde estão o secretário-geral, Hugo Soares, o coordenador autárquico, Pedro Alves, e vários ministros e dirigentes do PSD como Joaquim Sarmento, Margarida Balseiro Lopes e Carlos Abreu Amorim.
Na sala reservada às declarações à comunicação social, apenas assistiram à divulgação das projeções os jornalistas e 'staff', não sendo possível aferir a reação das figuras do PSD, que acompanham a noite no piso de cima.
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