Na última iniciativa da campanha autárquica da CDU, Paulo Raimundo escolheu participar num comício no Teatro Garcia de Rezende, em Évora, autarquia gerida pelos comunistas desde 2013, mas onde, neste último mandato, a coligação esteve em minoria, com apenas dois vereadores em sete.
Num discurso perante centenas de pessoas que encheram o teatro, Paulo Raimundo disse que, quando chegou a Évora esta noite, reparou nuns cartazes em que se lia "força para governar", numa alusão aos cartazes eleitorais do PS, cuja candidatura é encabeçada pelo antigo eurodeputado Carlos Zorrinho.
"Sabemos bem o que é aquela força. Aquela força que se apresenta para governar, é a grande força para endividar, para boicotar, é a grande força para emperrar, para avançar não é com eles. Pode ser com muitos, mas com eles não é de certeza absoluta", afirmou.
Paulo Raimundo disse que "era só o que faltava que este povo fosse beneficiar o infrator e dar votos a quem na prática é responsável por muitas das dificuldades" que se vivem em Évora e "que podiam ter sido resolvidas não fosse a sua prática e o seu boicote".
"Era só o que faltava o povo dar lágrimas de crocodilo a quem fez o mal e a caramunha, a quem boicotou e agora vem dizer 'ai, ai porque não se fez'. Não se fez não foi por falta de vontade nossa, não foi por falta de condições nada. Não se fez porque boicotaram às custas do povo de Évora, da limpeza de Évora, das soluções para Évora", afirmou.
O secretário-geral do PCP referiu que a CDU fez muito, inclusive o que pensava "que não era possível fazer" num cenário de "dois vereadores em sete".
"Contornámos boicotes, rompemos cercos, mas não foi possível ir mais longe. Mas, a partir da próxima segunda-feira, cá estamos, com força redobrada, com a força que o povo de Évora nos vai dar", disse.
O secretário-geral do PCP afirmou que a CDU tenciona cumprir o seu projeto em Évora, mas ressalvou que, para o conseguir fazer, é "preciso mais força à CDU" e "mais vereadores à CDU".
"Não estamos cá para gerir a autarquia ao sabor do vento, muito menos ao sabor dos caprichos dos outros", referiu, pedindo aos militantes da CDU para não desperdiçarem "um minuto que seja" dos "dois mil minutos" que faltam até ao fecho das urnas.
"Era só o que faltava que esta gente que aqui vive e trabalha em Évora, que construiu com as suas mão esta obra imensa, (...) desperdiçasse a oportunidade de ter o João Oliveira como presidente da Câmara Municipal de Évora", afirmou.
Por sua vez, o candidato da CDU à Câmara Municipal de Évora, o eurodeputado João Oliveira, pediu que, na próxima segunda-feira, os eleitores deem uma "maioria reforçada" à coligação.
João Oliveira salientou que "a expressão democrática do voto dos eborenses nas últimas eleições transformou-se num bloqueio à ação política e às soluções que podiam ter resolvido muitos problemas deste concelho".
"Nós percebemos que, particularmente nos últimos dias, os nossos adversários tenham intensificado essa campanha de boatos e de maledicência contra a CDU, maledicência contra mim, pessoalmente. Nós percebemos que, em desespero, recorram a tudo", disse.
Para João Oliveira, isso deve a um "facto objetivo".
Porque, "percebendo o bloqueio a que o concelho esteve sujeito nos últimos quatro anos, muitos eborenses perceberam que a solução para ultrapassar esse bloqueio é, de facto, dar uma maioria reforçada à CDU", afirmou.
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