Depois de três comícios no distrito do Porto em poucas horas, em Gondomar, Valongo e Gaia, José Luís Carneiro encerrou a sua campanha autárquica no comício da candidatura de Manuel Pizarro à Câmara do Porto, assumindo que foi um "momento muito especial".
"Primeiro, porque estava longe de imaginar que estaria hoje aqui como secretário-geral do Partido Socialista e, segundo, porque sendo secretário-geral do Partido Socialista e habilitando-me a ser primeiro-ministro do meu país, estou às portas da vitória do Manuel Pizarro, meu querido amigo, como presidente da Câmara Municipal do Porto. Ninguém desconhece as nossas desavenças democráticas", disse.
O secretário-geral socialista não escondeu as "desavenças democráticas" que teve com o candidato socialista no passado e por isso mostrou-se de "coração aberto" para celebrar o que previu ser a vitória no Porto, antecipando que Manuel Pizarro vai ser um "presidente da câmara muito rebelde".
Carneiro defendeu que as funções de Pizarro serão para 12 anos, ou seja, três mandatos.
"É disso que se está a falar. É para um novo ciclo autárquico que vai permitir catapultar a cidade do Porto para o interesse do país. Eu quero que saibam que com ele vamos construir também um novo modelo de desenvolvimento no país porque eu não o dispensarei da sua experiência", disse.
Segundo o líder do PS, é preciso construir uma nova visão do país, que seja de "igualdade da justiça, de integridade, do sentido serviço público, do sentido de missão".
"Porque nós precisamos de voltar a relançar a confiança dos cidadãos nas suas instituições democráticas e isso faz-se com o exemplo da cidadania e com o exemplo dos nossos autarcas que são exemplos de atitudes e de comportamentos no desempenho das funções locais", apontou.
Carneiro frisou por mais de uma vez as divergências que teve no passado com Pizarro, considerando que o candidato do PS "sabe separar o trigo do joio naquilo que são os momentos essenciais da vida".
"Quero dizer-vos que hoje de tarde quando ouvi as palavras daquele que está no desempenho de funções de primeiro-ministro a dizer que trataria de forma diferente aqueles autarcas que estivessem alinhados com o Governo, eu não quis acreditar e tive que ouvir e voltar a ouvir as declarações que tinha feito o primeiro-ministro do meu país", voltou a criticar.
Para o líder do PS, esta afirmação de Luís Montenegro é "precisamente a ilustração do que não deve ser a vida política".
"E é por isso que eu espero eu espero eu espero contar com todas e com todos para ajudarem o Manuel Pizarro a ser esse autarca exemplar que em nome dos nossos valores e dos nossos princípios vai estar à frente dos destinos da mais importante câmara, de uma das mais importantes câmaras do nosso país", enalteceu.
Carneiro acusou hoje o primeiro-ministro de ter cometido "um crime" e de "violar o dever de isenção e de imparcialidade" por ter pedido aos portugueses para votarem nos candidatos "mais alinhados com o Governo".
"O doutor Luís Montenegro, quando disse às portuguesas e aos portugueses para votarem nos candidatos mais alinhados com o Governo, do meu ponto de vista, cometeu um crime. Foi o crime de violar o dever de isenção, de imparcialidade que jurou servir quando tomou posse como primeiro-ministro", acusou José Luís Carneiro durante um comício em Valongo na reta final da campanha.
O presidente do PSD apelou hoje aos portugueses que, no próximo domingo, escolham "muito bem" os presidentes de Câmara, aconselhando-os a votar "nos mais qualificados e mais alinhados" para estabelecer relação de parceria com o Governo.
[Notícia atualizada às 23h21]
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