"Só no domingo é que as pessoas exercem o seu direito de voto, e espero que votem, mas com aquilo que nós tivemos nas ruas, se isso se refletir depois no voto, é óbvio que as expectativas são boas", afirmou o candidato socialista.
Ricardo Leão, que se candidata a um segundo mandato, falava esta manhã à agência Lusa durante uma arruada na Avenida de Moscavide, que juntou mais de uma centena de pessoas e serviu para assinalar o último dia de campanha.
Questionado pela Lusa se sentiu na campanha algum efeito do seu posicionamento polémico em relação aos problemas de habitação no concelho de Loures (distrito de Lisboa), o autarca respondeu que "são mais os jornalistas que alimentam do que as pessoas na rua".
"São mais vocês, os jornalistas, que alimentam esta polémica. E vamos ver no domingo quem tem razão, se são vocês ou se sou eu", afirmou.
O candidato socialista recusou também comprometer-se com cenários pós-eleitorais, referindo que "essa é uma análise para ser feita depois", mas destacou o trabalho realizado ao longo do mandato.
"Nós investimos como nunca. Foi o maior investimento de sempre no concelho de Loures, quer na educação, quer na mobilidade, quer na saúde, nas acessibilidades, na segurança", exemplificou.
Entre as prioridades para um novo mandato, o candidato destacou a gratuitidade total das refeições escolares no ensino público, o reforço da videovigilância e a melhoria dos centros de saúde.
"Há muito ainda por fazer, mas continuo com a mesma gana, a mesma garra e a mesma vontade. Este é o meu concelho e é um orgulho desenvolvê-lo", concluiu.
Ricardo Leão conquistou a presidência da Câmara de Loures em 2021, sem maioria absoluta, após oito anos de gestão CDU (PCP/PEV).
O anúncio da sua recandidatura coincidiu com a polémica em que esteve envolvido ao defender o despejo, "sem dó nem piedade", de inquilinos de habitações municipais que participaram nos distúrbios ocorridos na Área Metropolitana de Lisboa, em outubro do ano passado.
O episódio, um dos mais marcantes do mandato, levou a que vários militantes do PS, incluindo o ex-primeiro-ministro António Costa, criticassem o seu posicionamento político.
Leão demitiu-se da liderança da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS, mas recentemente voltou a estar sob os holofotes mediáticos devido às demolições de construções precárias no Bairro do Talude.
Concorrem também à presidência da Câmara Municipal de Loures Gonçalo Caroço (CDU), Nélson Batista (PSD), Bruno Nunes (Chega), Luís de Sousa (Coligação Livre/BE/PAN), Isabel Elias (MPT), Luís Martins (IL) e João Gomes (ADN).
O atual executivo é composto por quatro eleitos do PS, incluindo o presidente, quatro da CDU, dois do PSD e um do Chega. A Assembleia Municipal é liderada pelo PS, também sem maioria absoluta.
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