Na única iniciativa em período oficial de campanha dedicado ao concelho de Loures, Paulo Raimundo participou esta manhã numa arruada em Moscavide, onde esteve acompanhado pelo candidato da CDU à autarquia, Gonçalo Caroço.
Presidida pelo dirigente do PCP Bernardino Soares entre 2013 e 2017, a Câmara Municipal de Loures foi conquistada pelo PS nas últimas autárquicas, em 2021, e é atualmente presidida pelo autarca Ricardo Leão, que marcou a atualidade política nacional em julho quando ordenou a demolição de barracas no bairro do Talude.
No final da arruada, acompanhada por centenas de pessoas, que agitavam bandeiras e entoavam cânticos como "CDU, vota em gente como tu", Paulo Raimundo subiu a um palanque onde qualificou o concelho de Loures como "uma terra de resistência, de luta, uma terra do povo, dos trabalhadores e da juventude".
"Isto não é o Texas. Aqui não há xerifes. Aqui há o povo, aqui há participação, aqui há espaço para construir uma Loures melhor, ao serviço de todos e ao serviço de cada um", salientou.
Paulo Raimundo considerou que, em Loures, se está a sentir uma "exigência de mudança", o que atribuiu ao facto de os munícipes terem comparado a atual gestão do PS com a da CDU e também porque, neste concelho, "não há uma política autárquica ao serviço de todos.
"E quando não há uma política autárquica ao serviço de todos, mais cedo ou mais tarde, cai. E é possível que caia agora, nestas eleições. Que caia para o nosso lado, para o lado dos trabalhadores, do povo e da juventude deste concelho", disse, pedindo que, no próximo domingo, haja "uma grande vitória do povo, dos trabalhadores e da juventude, com a grande vitória da CDU".
Durante a arruada pela avenida principal de Moscavide, Paulo Raimundo foi distribuindo folhetos, acenando para varandas e apresentando, às pessoas com que se ia cruzando, os candidatos da CDU à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal de Loures.
Numa loja, o secretário-geral do PCP ouviu queixas de uma comerciante que se encontra em Moscavide há 30 anos e considerou que, "infelizmente, o país está mais inseguro", referindo que viveu episódios de criminalidade em que tentou chamar a polícia, "mas não havia viaturas".
Paulo Raimundo respondeu que o problema é que se acabou com a polícia de proximidade, e se criou as "chamadas mega esquadras", que têm "muitos polícias lá dentro, mas fora das ruas".
"A gente precisa é de polícia de proximidade, que tem várias vantagens: dá segurança, as pessoas acabam por conhecer melhor os polícias e os polícias e as pessoas. E precisa das ruas iluminadas e de vida. Com vida e com luz, tudo isso se torna mais seguro", disse.
Pouco depois, no discurso que fez em cima do palanque, Paulo Raimundo abordou esta conversa para salientar que "não vale a pena virem uns com lágrimas de crocodilo falar na insegurança, quando eles também são responsáveis por terem acabado com a polícia de proximidade".
"Eles são responsáveis por manterem as ruas sem iluminação, sem vida e não há nenhuma possibilidade de enfrentar a insegurança sem polícia de proximidade, sem luz, sem vida nas ruas. Metam a mão na consciência aqueles que andam com a insegurança na boca, mas são responsáveis pela situação a que chegámos aqui em Loures", afirmou.
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