"Suspeitamos que vai ficar claro que, ao contrário do que nós pedimos ao senhor primeiro-ministro numa carta que eu lhe escrevi em agosto, o que o Governo e o PSD querem mesmo é fazer as tais portagens na VCI [Via de Cintura Interna] de que o candidato do PSD ao Porto fala, e não acabar com as portagens na CREP [Circular Regional Exterior do Porto] para aliviar a VCI, medida que é completamente consensual no Porto", disse hoje Manuel Pizarro aos jornalistas.
Falando numa pastelaria na Foz, onde tomou o pequeno-almoço com a sua equipa, Pizarro foi questionado sobre Pedro Duarte ter referido que as portagens que sugere são para pesados e recomendou que "talvez seja melhor ouvir tudo o que o candidato do PSD - o delegado do Governo - já disse sobre isso".
"É que em julho ele falou [foi] em portagens para todos. Depois o coro de protestos foi de tal dimensão que ele agora explica que são portagens para pesados. Connosco fica já claro: nós queremos que o Governo elimine as portagens na CREP, reclamamos que o Governo elimine as portagens para circular à volta do Porto", vincou.
O candidato do PS lembrou que, apresentado o Orçamento do Estado de 2026 (OE2026) na quinta-feira, "o senhor primeiro-ministro vem [hoje] ao Porto, uma vez mais, dar um empurrão ao candidato do Governo à Câmara Municipal do Porto", questionando "onde é que, no Orçamento do Estado, está a medida que vai permitir acabar com as portagens na CREP", também denominada autoestrada A41.
"Não queremos portagens nenhumas em VCI nenhuma. Isso é um disparate que só vai complicar a vida de quem anda no Porto", frisou.
Sobre a imigração, tema que o seu adversário da coligação PSD/CDS-PP/IL tem acusado Manuel Pizarro de não falar, o candidato do PS não considera que "seja um tema central nas eleições para a Câmara Municipal do Porto".
"Nós, evidentemente, somos a favor de uma imigração regulada, da adequada integração das pessoas que nos procuram. Tratar desse tema no Porto como prioridade revela mesmo que o candidato do PSD não sabe nada do que se passa no Porto. Esse tema não é prioritário no Porto", considerou.
O cabeça de lista do PS considerou ainda que na sua candidatura "há um espírito de mudança, há candidatos independentes, gente jovem, gente ligada à academia, às empresas, instituições do Porto" e "um programa realista e ambicioso ao mesmo tempo".
"Do outro lado, só vejo conversa irrelevante para o Porto e a tentativa de cavar divisões entre os portuenses quando nós, ao contrário, devemos motivar a união dos portuenses", traçando aí "a diferença entre as candidaturas", sublinhou.
Para Manuel Pizarro, "de um lado está um candidato com os dois pés no Porto, sempre dedicado ao Porto, que ama a sua cidade" e do outro "um delegado do Governo para tentar tomar conta do Porto".
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se no domingo.
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