Depois de na noite passada ter sido anunciado um acordo entre Israel e o Hamas para acabar com a guerra em Gaza, o líder do PS, José Luís Carneiro saudou de manhã "o vital princípio de acordo" de cessar-fogo e considerou urgente um corredor humanitário e a libertação de todos os reféns, lembrando a importância do reconhecimento do Estado da Palestina.
No Montijo o porta-voz do Livre, Rui Tavares, também saudou o cessar-fogo mas lamentou que o acordo seja "muito enviesado contra os palestinianos", avisando que é preciso continuar vigilante.
E em Viana do Castelo a líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, também saudou o acordo considerando que negociação diplomática é mais essencial para resolver o conflito do que o ativismo pró-Palestina.
Já André Ventura, presidente do Chega, assinalou que é preciso paz no Médio Oriente, mas sem "aceitar a chantagem dos terroristas". "Precisamos de paz, precisamos de paz na Rússia, na Ucrânia, precisamos de paz no Médio Oriente, e essa paz tem que ser trabalhada, custe o que custar e tem que ser trabalhada dizendo aos terroristas que nunca vamos aceitar a sua chantagem e a sua pressão", disse.
No dia em que o Governo apresentou a proposta de Orçamento para o próximo ano o tema marcou também o dia. André Ventura, ainda na noite de quarta-feira, já acusava o primeiro-ministro de ter antecipado a entrega do Orçamento, prevista inicialmente para sexta-feira, para desviar as atenções do caso Spinumviva, pedindo a Luís Montenegro que governe para o país e não para eleições.
E hoje a porta-voz do PAN considerou "lamentável" a decisão do Governo de antecipar a entrega do Orçamento, defendendo que este "não pode servir como arma de propaganda eleitoral" nem para desviar as atenções.
De Talin, o Presidente da República entrou na polémica negando que a antecipação para hoje da apresentação do Orçamento configure um "aproveitamento" político, interpretando-a como uma tentativa do Governo de evitar que fosse "ofuscada" pelo final da campanha eleitoral.
Na campanha, Rui Tavares apelou ao PS para que se empenhe na fase de especialidade do Orçamento, mesmo que se abstenha na generalidade, sem adiantar o sentido de voto do seu partido, e André Ventura disse que o Chega "não tolerará" um aumento dos impostos sobre os combustíveis.
Outros comentários sobre o Orçamento foram feitos pelas direções dos partidos, fora da agenda eleitoral.
Num dia em que o líder do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, só tem ações de campanha à noite, o secretário-geral do PCP disse que coligar-se com o PS em Lisboa teria sido trair os eleitores da CDU, defendendo que a capital precisa de uma alternativa para derrotar não só Carlos Moedas, mas também a sua política.
Em declarações aos jornalistas durante uma arruada na Avenida da Igreja, em Lisboa, onde esteve acompanhado pelo cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal da capital, João Ferreira, Paulo Raimundo frisou que o PCP, ao rejeitar integrar uma coligação com o PS, não quis dar "cobertura a uma força que foi conivente, corresponsável" e esteve "enterrada até ao pescoço" na gestão de Carlos Moedas.
No Porto, o líder socialista assumiu como "objetivo político fundamental" ganhar as câmaras do Porto e de Lisboa, considerando que o socialista Manuel Pizarro trará uma liderança cosmopolita para afirmar o Porto no contexto global.
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