Em Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, à margem de uma visita a um produtor vitivinícola, Nuno Melo foi questionado pelos jornalistas sobre a proposta do OE2026 entregue hoje pelo Governo na Assembleia da República (AR) e se responde à crise internacional que se vive atualmente no mundo.
O Governo, do qual o CDS-PP faz parte, juntamente com o PSD, "é experimentado já a propósito daquilo que são as previsões orçamentais e a concretização no ciclo dos mandatos daquilo que é antecipado nomeadamente pelo ministro das Finanças", afirmou.
E, continuou, "este orçamento antecipa um terceiro superavit", o que "significa que tivemos outros antes" e "mostra também que as piores previsões de outras entidades não se verificaram e as do Governo confirmaram-se todas".
"Portanto, nós estamos apenas a prosseguir um caminho que já assentou também em variáveis geopolíticas, que são as que nós conhecemos, mas tudo foi sendo verificado e concretizado no plano orçamental", sublinhou o também ministro da Defesa Nacional.
Nesta deslocação a Montemor-o-Novo, para apoiar a candidatura de António Pinto Xavier, cabeça de lista àquela câmara municipal alentejana pela coligação CDS-PP/PSD nas autárquicas de domingo, o presidente dos 'centristas' argumentou que "este orçamento é virtuoso por causa disso".
"É um orçamento que reflete bons momentos. E economia portuguesa é elogiada na Europa e no mundo inteiro e nós sabemos que temos um orçamento que reflete redução de impostos, isso é importante, que não aumenta impostos, isso é importante, que antecipa superavit, isso é importante, que tem uma atenção determinante em relação aos mais vulneráveis, o caso dos idosos, aumentando o complemento social", enumerou.
No global, para Nuno Melo, trata-se de "um orçamento muito bom" e "que perspetiva crescimento e investimento, que tem em atenção também esta nova necessidade na área da Defesa", elogiou, afirmando esperar que "todo o Parlamento esteja à altura também das suas circunstâncias".
Questionado sobre se espera que a oposição viabilize o OE2026 na AR, Nuno Melo escusou-se a substituir-se aos restantes partidos com assento parlamentar.
"Percebo também qual é o papel da oposição. A democracia é feita disto, não é? É feita do poder e do exercício da oposição. Não é suposto que quem está no poder se substitua à oposição e vice-versa. O importante é que estejam todos à altura das suas responsabilidades, porque Portugal vive um momento bom", argumentou, dando vários exemplos: "Nós vamos ter, de resto, um crescimento superior à média dos países da zona euro, isto é uma coisa muito impressionante, o desemprego está a cair, estamos a reduzir a dívida em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), os resultados são muito impressionantes".
Por isso, o que é "relevante é que este orçamento seja aprovado e o país possa seguir um curso de normalidade, independentemente das circunstâncias da política e do papel que cabe a todos", defendeu.
O Governo entregou hoje no parlamento o OE2026, na véspera do prazo limite e três dias antes das eleições autárquicas de domingo.
No cenário macroeconómico, o Governo PSD/CDS-PP prevê que o PIB cresça 2% neste ano e 2,3% em 2026.
O executivo pretende alcançar excedentes de 0,3% do PIB neste ano e de 0,1% no próximo. Quanto ao rácio da dívida, estima a sua redução para 90,2% do PIB em 2025 e 87,8% em 2026.
A proposta vai ser discutida e votada na generalidade entre 27 e 28 de outubro. A votação final global está marcada para 27 de novembro, após o processo de debate na especialidade.
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