Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a deputada do Livre Patrícia Gonçalves criticou a antecipação da data da apresentação do Orçamento, vista como uma tentativa de condicionar o debate autárquico, e considerou que o Governo teve, nesta proposta orçamental, "pouca ambição política" a pensar numa "aprovação mais facilitada" no parlamento.
"Relativamente à forma, é um orçamento que não tem medidas, que apresenta pouca ambição política, tenta ser um instrumento de gestão, quando o Livre entende que um Orçamento do Estado é um instrumento político", afirmou.
A deputada anunciou que o Livre vai "apresentar propostas no sentido de melhorar a vida das pessoas", escusando-se a aprofundar as considerações sobre a proposta orçamental do Governo por ter havido ainda pouco tempo para essa análise.
Ainda assim, a deputada apontou uma preocupação com as "reservas" previstas no Orçamento, uma matéria que terá de "analisar melhor para perceber o seu verdadeiro impacto", e referiu o 'superávit' previsto para a Segurança Social, notando o impacto das contribuições dos trabalhadores imigrantes para este resultado.
Patrícia Gonçalves reiterou ainda, embora sem dar detalhes por ser ainda "muito cedo", que o Livre, "por entender que é um documento político", não vai "desistir nem deixar de ter um papel" na discussão da proposta orçamental na especialidade. Porém, deixou para mais tarde uma decisão sobre o sentido de voto do partido na votação na generalidade.
O Governo PSD/CDS-PP entregou hoje proposta de Orçamento do Estado para 2026, um dia antes do prazo limite e três dias antes das eleições autárquicas de domingo.
A proposta de Orçamento do Estado para 2026 vai ser discutida e votada na generalidade entre 27 e 28 de outubro. A votação final global está marcada para 27 de novembro, após o processo de debate na especialidade.
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