O canal "assume o caráter experimental deste projeto", mas considera "importante testarmos estas novas ferramentas num momento crítico da transformação mediática global", referiu Filipe Caetano, editor-executivo do Conta Lá e responsável editorial pelo projeto em parceria com a agência de inovação Instinct.
A ideia não é usar a IA para substituir jornalistas, "mas para criar formatos que permitam análise especializada contínua e acessível sobre os 308 municípios portugueses -- algo humanamente impossível de cobrir com a mesma profundidade através de comentadores tradicionais", de acordo com fonte oficial do canal.
A IA já usada por outros media internacionais na automação de tarefas, análises de dados e até na escrita de notícias simples.
Nuno Ribeiro, 'managing partner' da Instinct, afirmou que a IA "está a transformar todas as indústrias e este projeto, em particular mostra as possibilidades da aplicação da IA em projetos de media e comunicação".
A IA é uma "aliada indispensável para expandir os horizontes da comunicação e do jornalismo, ajudando os jornalistas a serem melhores jornalistas, os realizadores melhores realizadores e os produtos editoriais mais espetaculares com recursos ilimitados, ou apenas limitados pela sua imaginação", acrescentou.
"Com o apoio da inteligência artificial, será feita uma análise completa" aos resultados eleitorais no canal por cabo, projeto liderado por Sérgio Figueiredo.
"Somos o primeiro projeto a integrar analistas virtuais de TV, uma iniciativa revolucionária desenvolvida pela agência de inovação Instinct em parceria com o Conta Lá", segundo fonte oficial à Lusa.
A mesma fonte explica que "a singularidade deste projeto reside na sua conceção integralmente impulsionada pela IA, desde a análise aprofundada de dados e informações, até à construção narrativa ('storytelling'), criação de cenários, geração de vozes e, claro, as imagens dos apresentadores".
Todo o processo foi gerado "pelos modelos mais avançados de inteligência artificial, subordinados à supervisão humana que constitui um pilar fundamental no respeito de princípios éticos e na validação de cada etapa, o que sublinha o compromisso com a fiabilidade e a qualidade do conteúdo transmitido".
Os avatares Helena Monteiro Santos e Ricardo Mendes Pereira são, segundo a empresa, "'personas' completamente fictícias, criadas através de um processo estruturado com recurso a inteligência artificial generativa".
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