No final de uma arruada na cidade, Paulo Raimundo dirigiu-se "à Amadora da cultura e da multicultura, que junta todos, aberta a todos, disponível para todos, que trata todos por igual".
"Àqueles que trabalharam uma vida inteira, os que se levantam de madrugada, a todos os pais e todas as mães que esperam por um lugar na creche, a quem desespera por uma habitação, a todos os trabalhadores da cultura, (...) a todos esses o apelo que fazemos é, no dia 12, quando forem votar, votem pelas próprias vidas", disse.
Em frente ao Parque Delfim Guimarães, onde terminou a arruada, o secretário-geral do PCP pediu aos eleitores que votem "para resolver os seus problemas e não para resolver os problemas dos outros, daquela migalha que se vai enchendo à custa de uma gestão autárquica voltada para a especulação, para a negociata".
"Se o fizerem, se votarem pelas vossas vidas e não pela vida de uns poucos, então aqui está a CDU, os nossos candidatos prontos para enfrentar, prontos para governar esta cidade e este concelho", referiu.
Abordando os 28 anos de gestão da Câmara Municipal da Amadora pelo PS, Paulo Raimundo acusou o partido de "gerir esta terra mal, com prejuízos para a vida de todos" e considerou que a cidade "tem graves problemas", com "várias consequências que estão identificadas".
"Mas há uma em particular que eu queria aqui sublinhar: é que são 28 anos em que a gestão democrática, a gestão autárquica foi afastada da participação popular. Nós temos 28 anos em que a juventude desta terra foi afastada da construção da sua terra", referiu.
Para o secretário-geral do PCP, "é preciso retomar, é preciso dar esperança, é preciso dizer à juventude: peguem com as suas mãos a construção da vossa terra, do vosso caminho, do vosso percurso".
O concelho da Amadora, às portas de Lisboa, foi gerido por coligações lideradas pelo PCP entre 1976 e 1993, ano em que passou para o PS, que detém a presidência do município desde então. Atualmente, a CDU só tem um vereador na autarquia.
Antes de Paulo Raimundo, discursou o candidato da CDU à Câmara Municipal da Amadora, o antigo eurodeputado João Pimenta Lopes, que frisou que a coligação não "precisa de padrinhos atrás dos quais outros se refugiam à falta de um projeto sério, coerente para a Amadora e as suas gentes".
"Desde logo o Chega, essa candidatura com o grande padrinho [André Ventura]. Candidato em todas as câmaras municipais e juntas de freguesia do país, sem que seja candidato a coisa nenhuma, que apresenta alguém [o deputado Rui Paulo Sousa] de fora do concelho, que da Amadora nada conhece", acusou.
Pimenta Lopes abordou também a candidatura da advogada Susana Garcia, apoiada por PSD e CDS, pedindo que, quem "se deixa seduzir com as suas altissonantes promessas eleitorais", olhe para "a estrela da companhia que trouxeram na semana passada" para a campanha.
"Aí esteve o rei da 'troika', esse outro padrinho, Pedro Passos Coelho. O mesmo dos cortes de salários, das 40 horas na função pública, dos convites aos professores para emigrarem do país, da emigração em massa, do aumento da idade da reforma, do pagamento em duodécimos do subsídio de Natal aos pensionistas, o dos feriados roubados", elencou.
Já no que se refere ao PS, Pimenta Lopes frisou que o facto de o partido ter recebido "o apadrinhamento de Joaquim Raposo e Carla Tavares", antigos autarcas da Amadora, mostra que "vão continuar a fazer o caminho que há 28 anos empurra a Amadora para a condição de dormitório".
"Basta! É hora de mudar, é agora, já no dia 12", referiu.
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