Em campanha para as autárquicas de domingo, após uma reunião com a Administração da Unidade Local de Saúde de Aveiro, Mariana Leitão deu o hospital local como um exemplo dos problemas de gestão do setor e acusou Ana Paula Martins de anunciar "grandes, grandes planos, que depois não se concretizaram e que não resolveram absolutamente nada".
"Eu acho que a senhora ministra deve fazer uma reflexão sobre aquilo que tem sido o seu trabalho e o seu papel e o que é que continua a correr mal", respondeu Mariana Leitão, quando confrontada pelos jornalistas se Ana Paula Martins tinha condições para continuar.
Nesta área, a "reforma estrutural é urgente, não se resolvem os problemas da saúde com planos de inverno ou planos de verão", mas "resolvendo estruturalmente e contando com toda a capacidade instalada" do sistema, incluindo a participação de privados, afirmou.
O tema da saúde, na campanha autárquica "tornou-se um assunto chave porque o sistema falha e não serve as pessoas", que "estão completamente entregues à sua sorte com os problemas sucessivos a que temos assistido: as urgências encerradas, os hospitais que não têm condições suficientes para receber as pessoas", disse Mariana Leitão, que criticou o atraso do projeto de extensão do hospital de Aveiro.
O atual edifício tem vários contentores utilizados para atendimentos e serve uma população de 350 mil pessoas.
O hospital "tem um projeto de expansão cuja decisão [de avançar] foi tomada em 2022", ainda com o PS, e o executivo PSD/CDS já havia prometido que iria avançar com o projeto, algo que ainda não se concretizou.
"Tivemos agora uma reunião e chegámos à conclusão de que a obra a avançar só estará em condições de avançar", na "melhor das hipóteses em 2027", sendo "o mais provável em 2028, fora o tempo que será necessário depois de construção", explicou a líder da IL.
Entretanto, "temos pessoas a ser atendidas em contentores", sem "o mínimo de dignidade", acrescentou.
Mariana Leitão recordou que a IL já há muito tempo que "apresentou uma proposta concreta para resolver esta questão e fazer uma reforma estrutural do sistema" de saúde, que passa por incluir os privados, com uma "resposta que conte com toda a capacidade instalada" de equipamentos do país.
A "senhora ministra já está em funções desde 2024 e a verdade é que são sucessivamente apresentados planos e planos e planos", que "não resolvem nada", acusou Mariana Leitão, que insiste na participação dos privados.
"Vamos obrigar as pessoas a fazerem 50 quilómetros quando podiam fazer 20, só porque elas têm obrigatoriamente de ir a um [serviço de saúde] público e não podem ir ali à clínica privada que está ao lado? Isso faz algum sentido? Não faz", resumiu.
Nas declarações aos jornalistas, a líder da IL não quis comentar a possibilidade de uma aproximação entre o Chega e o PSD na discussão do Orçamento de Estado, mas insistiu na necessidade de medidas liberais no documento.
"O Governo, no fim do dia, tem liberdade para negociar com quem entender. Isso não é uma questão de fundo para a Iniciativa Liberal", mas aquilo que nós queremos ver no orçamento são medidas reformistas", porque "o país está atrasado, está pobre, não dá resposta às pessoas" e "adia sistematicamente respostas estruturais para resolver os problemas das pessoas", concluiu Mariana Leitão.
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