"Sou a Mariana, da Iniciativa Liberal", disse, sorridente. "O que é isso?" - respondeu a vendedora de queijos Conceição Marques. "É um partido político que defende coisas muito boas para Setúbal".
Na autarquia, a IL concorre sozinha, como 'outsider', numa corrida que é disputada por uma ex-autarca comunista apoiada pelo PSD e CDS, um atual presidente (CDU) que foi número dois da ex-autarca, um deputado socialista e uma segunda escolha do Chega, depois de a primeira se ter demitido há dois meses.
Conceição Marques já tinha ouvido falar do partido, mas não sabia quem era Mariana Leitão, a quem desabafou os seus problemas com o Estado, em particular com a Direção-geral de Veterinária, que lhe "fechou a queijaria há um ano".
"Não sei o que hei de fazer", lamentou, chorosa, recebendo um abraço de Mariana Leitão, que lhe prometeu o empenho do candidato local liberal. "Vote ou não vote em nós, estamos aqui para ajudar".
"Depois disto, eu prometo que vou falar consigo, sou candidato à Câmara e vou ter consigo. Nós temos uma ligação muito grande com os nossos deputados na Assembleia da República e se for uma área em que a Assembleia da República tenha responsabilidades vamos ver o que é possível", afirmou à senhora de 73 anos o economista Flávio Lança, que foi também elogiado por outros, como o peixeiro Hélder Lopes.
"Eu vi o debate na televisão. Enquanto os outros andavam à bulha uns com os outros, você estava a falar sobre Setúbal", disse.
Na primeira ação de campanha autárquica em que contactou diretamente com a população sem o apoio de outros partidos, Mariana Leitão mostrou-se à vontade com as vendedoras de fruta e de peixe, tendo discutido o preço dos legumes. Comprou dois ganchos, um azul e outro lilás, para as filhas e ainda um elástico com bonecos -- "a minha mais nova é louca pelo Stitch".
Antes disso, Mariana Leitão comoveu-se com um casal de jovens namorados que partilhavam framboesas e trocou impressões com Júlia do Carmo, que tem os netos fora de Setúbal.
Um deles "foi para a Alemanha ganhar três vezes mais do que cá" e os outros procuraram emprego fora da cidade, lamentou-se Júlia do Carmo, enquanto o marido explica a diferença da cor das guelras do peixe.
"Nós temos é de ganhar para que as pessoas que querem cá ficar, possam ficar", respondeu Mariana Leitão, que, pouco depois, pediu a uma vendedora de fruta para colocar os folhetos da IL sobre os outros, entregues por outros candidatos que já passaram pelo mercado.
"Os nossos são mais bonitos", disse.
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