"Este terreno é municipal, todo este imenso terreno tem capacidade construtiva para cerca de 800 fogos. Aqui vamos fazer 800 casas: 80 T0, 260 T1, 260 T2, 160 T3 e 40 T4. Vamos fazê-lo com um espaço aprazível. Isto terá espaço para jardins, haverá espaço para as crianças, haverá estabelecimentos comerciais", disse aos jornalistas num terreno em frente ao Matadouro de Campanhã.
Questionado sobre prazos para lançamentos de concursos públicos para aquele terreno junto à Via de Cintura Interna (VCI), disse estar em condições "em 2026, de lançar um concurso, porque é um concurso para uma parceria público-privada, em que um parceiro privado ficará encarregue de fazer os projetos, de obter o financiamento e de fazer a construção".
Já sobre a possibilidade de haver atrasos nas obras por contingências da construção civil e em tribunal, e sobre como conseguiria garantir a construção de 5.000 casas até ao final do mandato, Manuel Pizarro (PS) disse que "os incentivos estão alinhados para isso".
"Nós vamos simplificar a contratação pública, fazendo em cada projeto apenas um único concurso, que é um concurso que concederá a um privado ou a uma cooperativa a possibilidade de construir naquele terreno. Há um único momento. Todo o resto do processo: projetos, construção, já depende do novo parceiro e não está sujeito às regras da contratação pública", explicou.
Pizarro diz ainda que os incentivos "estimulam a que quem ganhar o concurso tenha muito interesse em ser rápido na resposta, porque só será remunerado a partir do momento em que as casas sejam disponibilizadas", diferindo esta abordagem da que levou a que concursos para habitações do Monte Pedral e Monte da Bela ficassem vazios no atual mandato autárquico.
Nesses casos, "houve um concurso para o plano de urbanização, depois para o projeto e agora quer-se que o parceiro privado construa nas condições que a câmara quer, os projetos que a câmara aprovou", algo que "manifestamente não resulta".
Instado a reagir às críticas de Pedro Duarte (PSD/CDS-PP/IL), que o acusou de andar a esconder o seu programa, Manuel Pizarro (PS) considerou que "é uma crítica já feita em desespero".
"Nós andamos a mostrar as medidas do nosso programa. O programa Habitar no Porto foi apresentado no dia 10 de julho", lembrou, considerando a sua candidatura "absolutamente transparente".
Pizarro espera ainda que "ninguém do Governo ouse pôr qualquer entrave à Câmara do Porto quando a Câmara do Porto se propõe investir recursos municipais para resolver o problema da habitação, que é uma responsabilidade do Governo", acusando também o líder do CDS-PP, Nuno Melo, de se "meter na campanha do Porto" ao questionar sobre imigração.
"Estão aflitos e vêm todos apoiar um delegado do Governo [crítica a Pedro Duarte] para a Câmara Municipal do Porto. Quer desviar as minhas atenções daquilo que eu considero mais relevante. Vou deixar o doutor Nuno Melo falar desse assunto. Eu estou a falar de habitação para os jovens e as classes médias. Acho que é mais útil", concluiu.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se no domingo.
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