Num comício em Palmela -- um 'bastião' comunista que, desde as primeiras eleições autárquicas, em 1976, tem sido sempre gerido por coligações lideradas pelo PCP --, Paulo Raimundo salientou que a população "não está fora do tempo" e escolhe a CDU porque conhece o seu projeto.
"Nós percebemos muito bem o incómodo dos nossos adversários com a obra da CDU. E é verdade que nós não fizemos tudo bem, não fazemos tudo bem, não temos a arrogância de dizer que fizemos tudo bem. Mas, nós temos uma obra que serve todos", disse.
É por isso que, pessoas que noutras eleições costumam optar por outras forças políticas, nas autárquicas escolhem a CDU, porque "sentem a obra" e "conhecem os candidatos", salientou, deixando um aviso aos adversários da coligação que junta o PCP e o PEV.
"Percebemos bem o esforço do boicote, do contravento, percebemos bem o esforço que é feito para tentar travar bem este processo de desenvolvimento. Percebemos bem a dificuldade de mobilizar contra a nossa gestão, porque a nossa gestão, com insuficiências, aspetos que precisamos de melhorar, responde aos interesses e às necessidades da população", defendeu.
O secretário-geral do PCP afirmou ainda que, além de responder às necessidades dos munícipes, o projeto da CDU é construído "com a própria população, envolvendo, puxando por ela, pondo-a a participar, para serem protagonistas deste seu processo".
Depois, continuando com as críticas aos adversários, Paulo Raimundo referiu que a CDU compreende "as diferenças políticas", aceita "naturalmente a crítica e o debate político" e está "sempre muito à vontade para esse confronto".
"Agora, há uma coisa que nós não toleramos, nem permitimos que seja possível: a mentira, a calúnia, a desonestidade, a demagogia, isso não. E também não permitimos, mas é que não permitimos mesmo que, seja lá quem for, venha lá de onde vier e da forma que vier, ponha em causa a obra que temos feito ao longo destes anos", insistiu.
Reiterando que a CDU "não tolera esse ataque", Paulo Raimundo notou que os eleitos pela coligação podem andar "de cabeça erguida e de rosto erguido" porque "têm obra feita, obra para apresentar, obra projetada".
"E, podemos dizer com toda a tranquilidade: a caravana vai continuar a passar. Nós vamos continuar a gerir esta autarquia, a bem do povo, das populações, dos trabalhadores, da juventude, a bem do progresso desta terra", referiu.
Paulo Raimundo fez este discurso depois de a candidata da CDU à Câmara Municipal de Palmela (distrito de Setúbal), Ana Teresa Vicente, ter identificado como "primeiro objetivo", caso seja eleita presidente, "retomar a proposta de Plano Diretor Municipal (PDM)" que considerou ter sido boicotada pela oposição no mandato que agora termina.
"Foi politicamente chumbado na Assembleia Municipal por todas as forças políticas que, em estilo de conluio, efetivamente sentiram que aquela era a forma de penalizar a CDU. Porquê? Porque a CDU ia mostrar, efetivamente, aquilo que foi o seu trabalho de muitos anos, que é um desenho completamente diferente para o desenvolvimento deste concelho", disse.
Ana Teresa Vicente assegurou que, a par das questões da limpeza urbana e da melhoria da qualidade do espaço público, a proposta do PDM é prioritária para a CDU, porque há "pessoas, instituições e empresas com inúmeros projetos contidos naquela proposta".
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