As medidas da CDU (coligação PCP/PEV) passam por facilitar a mobilidade e a segurança rodoviária, melhorias em espaços públicos, como parques infantis, pela requalificação das escolas e pela internalização da confeção de refeições escolares.
Segundo João Ferreira, Lisboa "tornou-se, ao longo dos anos, uma cidade progressivamente mais hostil às crianças".
"Não é por acaso que as crianças hoje passam muito menos tempo na rua, não é por acaso que hoje a principal forma de deslocação das crianças entre a casa e a escola e a escola e a casa é o automóvel", salientou.
Segundo o candidato, a proposta comunista passa desde logo pelo urbanismo, para que as crianças possam estar "num espaço público preparado para lhes dar segurança e qualidade e usufruir dele, de variadas formas".
"Isso exige um cuidado especial na conceção do espaço arquitetónico, urbanístico, exige medidas de aumento da segurança rodoviária. Nós não podemos ter áreas de passeio que convivam com zonas de trânsito perigoso. São necessárias medidas de acalmia de tráfego e de aumento da segurança rodoviária, isso enquanto medidas permanentes", disse.
A CDU propõe ainda um serviço da Carris dedicado ao transporte escolar, que existe atualmente como projeto-piloto, proposto pelos vereadores comunistas na Câmara.
"É preciso consolidá-lo para todas as crianças até aos 12 anos e alargá-lo a toda a cidade. É necessário reforçar o chamado passaporte escolar, ou seja, as oportunidades que as crianças têm para fazer visitas de estudo, que são garantidas através deste instrumento do passaporte escolar, que é muito limitado nas possibilidades que oferece de deslocações", acrescentou.
Nas escolas, o vereador considerou que o parque escolar de Lisboa está muito degradado e voltou a defender "um plano de reabilitação daquelas escolas que estão em pior estado e classificadas como [tendo] necessidade de intervenção urgente ou prioritária", assim como um plano de manutenções regulares, além da contratação dos auxiliares de ação educativa em falta.
Ainda nas escolas, a CDU pretende "melhorar substancialmente as refeições escolares", um serviço que atualmente "está concessionado a empresas externas e relativamente às quais existem inúmeras queixas".
"Temos o objetivo de internalizar este serviço e garantir um aumento substancial da qualidade das refeições servidas nas escolas da cidade", afirmou.
A CDU propõe ainda o projeto "Ruas que brincam", que prevê que, com alguma regularidade, por exemplo aos fins de semana, algumas ruas da cidade sejam reservadas para "brincadeiras orientadas e livres das crianças".
Nas escolas, a coligação quer ainda um plano para melhorar as experiências que as crianças têm nos recreios, que devem ser mais atrativos e desafiantes, e permitir intervenções em áreas como a gestão de conflitos.
Já os equipamentos de espaços como os parques infantis devem ser adaptados para estimular as diversas fases do desenvolvimento das crianças.
"Hoje temos parques infantis muito estereotipados, muito padronizados, pouco desafiantes e pouco estimulantes para as crianças. É preciso, com especialistas nestas áreas, qualificar mais este tipo de equipamentos. Diversificá-los, torná-los mais atrativos, mais úteis do ponto de vista da promoção de capacidades físicas, psíquicas, motoras das crianças", defendeu.
Na área da cultura, a CDU propõe um plano municipal para incentivar a leitura desde as mais tenras idades e pretende manter "o Festival Internacional de Literatura, que foi uma proposta da CDU que foi criada e implementada nos últimos anos, mas que precisa de ter um maior envolvimento das escolas da cidade", concluiu.
Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, concorrem à presidência da Câmara de Lisboa: Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
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