"Não é este ou aquele caso isolado, esta ou aquela iniciativa isolada, muito minoritária, que marca aquilo que tem sido um movimento muito amplo, muito alargado, em particular da juventude, de solidariedade, de entrega e de solidariedade à causa palestiniana", afirmou Paulo Raimundo em declarações aos jornalistas após uma visita ao Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, em Arraiolos, distrito de Évora.
Paulo Raimundo reforçou que o que tem marcado os últimos meses é a "grande adesão do povo português" a ações de "solidariedade com a Palestina" e em prol do fim do "genocídio que está em curso, a implementação de um cessar-fogo, a entrada de ajuda humanitária" na Faixa de Gaza e o "reconhecimento dos direitos nacionais do povo palestiniano".
"Isso é que tem marcado: uma grande adesão, um grande envolvimento, uma grande afirmação desses princípios", reforçou.
Questionado sobre se considera que estas manifestações se vão fazer ouvir, Paulo Raimundo defendeu que "o que se faz ouvir é todo um processo de solidariedade, de há uns meses a esta parte", em prol do povo palestiniano.
"Eu diria que foi fundamental para, ainda que de forma muito acanhada, o Governo português ter tomado a atitude de reconhecer o Estado da Palestina. Sem isso -- sem este processo de meses e meses de ação, de solidariedade, de ações diversas -- nada disso teria acontecido".
Paulo Raimundo considerou, contudo, que agora é "preciso que este movimento de solidariedade continue, para que o Governo, de uma vez por todas, faça ouvir, nos fóruns onde participa e desde logo junto do regime israelita, que é preciso acabar com aquilo", referindo-se aos ataques na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
O secretário-geral do PCP fez estas declarações depois de, no sábado, parte dos manifestantes de uma participação pró-Palestina se ter deslocado para o interior da estação ferroviária do Rossio e um deles ter sido eletrocutado ao tentar subir para a parte superior de um comboio.
Este incidente levou a líder da IL, Mariana Leitão, a acusar BE, Livre e Chega de promoverem a divisão política no país, considerando que o incidente de sábado é uma consequência do discurso destes partidos. O porta-voz do Livre, Rui Tavares, já exigiu um pedido de desculpas a Mariana Leitão. Marisa Matias, do BE, também criticou a IL sobre o assunto.
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