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"Não dá para discutir o Orçamento do Estado" às "peçazinhas"

O secretário-geral do PCP criticou hoje a apresentação progressiva de "peçazinhas" do Orçamento do Estado em período eleitoral, recusou cair na "casca de banana" de as comentar e avisou que quem viabilizar o documento terá de assumir responsabilidades.

"Não dá para discutir o Orçamento do Estado" às "peçazinhas"

© Lusa

Lusa
05/10/2025 12:55 ‧ há 6 horas por Lusa

Em declarações aos jornalistas após uma visita ao Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, em Arraiolos, distrito de Évora, Paulo Raimundo defendeu que "não dá para discutir o Orçamento do Estado" às "pecinhas", um dia depois de o primeiro-ministro ter confirmado que a proposta orçamental do executivo irá incluir uma nova redução do IRS.

 

"Eu sei quais são as cascas de banana do senhor primeiro-ministro. Diz que o Orçamento do Estado é só para depois das eleições - palavras do próprio -, que até já tem reuniões marcadas - e acho bem, está a fazer pela vida dele -, mas depois vai deixando cair umas peçazinhas", criticou.

O secretário-geral do PCP disse que não tenciona "cair na casca de banana do senhor primeiro-ministro", salientando que se está em período eleitoral e sabe-se bem "o que é que significam essas palavras".

Questionado sobre se lhe parece que este anúncio relativo ao IRS é eleitoralismo, Paulo Raimundo respondeu com ironia: "Não, foi coincidência".

"O mesmo primeiro-ministro que diz que o Orçamento é para depois, vem, diria assim, libertando os aspetos que ele considera que são positivos. É só por coincidência", criticou.

Confrontado com as declarações do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que no sábado considerou a viabilização do Orçamento do Estado como "mais fácil", Paulo Raimundo respondeu: "Cada um vai ter de assumir as responsabilidades pelas atitudes que toma".

"Eu já tenho dito, e desculpem estar a repetir: eu tenho visto com algum interesse este movimento de cotoveladas entre o PS e o Chega para ver quem é o parceiro, quem é a noiva do Governo", referiu.

No entanto, Paulo Raimundo reiterou que quem aprovar um Orçamento do Estado que, "segundo as palavras do próprio primeiro-ministro, é um instrumento da continuação da política do Governo", terá de "assumir as suas responsabilidades".

"Quem puser lá a assinatura por baixo vai ter de assumir a responsabilidade do que está a fazer e é responsável pelas consequências, na nossa ideia, desastrosas, desse caminho", disse.

Interrogado sobre se o PCP vai manter a sua posição - o partido já indicou que irá votar contra o Orçamento do Estado -, Paulo Raimundo respondeu que sim e que o partido tenciona "enfrentar o orçamento".

"Se é um instrumento ao serviço da continuidade da política, o que é que significa? Desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), encerramento de urgências, estagnação brutal na resposta dos serviços públicos", disse.

Para Paulo Raimundo, o Orçamento vai também continuar a "descida escandalosa dos impostos para aqueles que têm", referindo-se ao IRC.

"E, portanto, nesse orçamento o que é que queriam que o PCP fizesse? Num orçamento que é um instrumento da política que está em curso contra aquilo que são as necessidades da maioria do povo e contra os interesses de Portugal", disse.

No sábado, o presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, confirmou que o próximo Orçamento do Estado vai apresentar nova diminuição do IRS.

Leia Também: OE2026: Montenegro "otimista". E partidos? Viabilização "é mais fácil"

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