"O único voto contra o populismo é o voto na Iniciativa Liberal", repetiu três vezes Mariana Leitão num discurso esta noite em Almada, distrito de Setúbal, recusando "salvadores ou messias" na política e considerando o discurso populista um "atalho fácil, a mentira cómoda, o discurso inflamado que se alimenta da frustração das pessoas e das falhas da política".
"Vivemos tempos perigosos [em que] uns prometem o paraíso, outros prometem muros e todos, no fundo, querem o mesmo: poder sem responsabilidade", afirmou, no jantar-comício na Sociedade Filarmónica Incrível Almadense.
Segundo a dirigente, há quem diga que a solução é mais Estado e quem diga que é menos liberdade, tal como "uns vivem do medo, outros vivem do ódio, mas todos vivem do mesmo veneno: o populismo".
Comentando a manifestação pró-Palestina desta tarde no Rossio, em Lisboa, Mariana Leitão considerou-a um "retrato do que acontece quando o populismo toma conta da política", em que "milhares de pessoas, movidas pela emoção e por discursos inflamados, ocuparam uma estação e transformaram-na num palco de confusão e risco".
"Do outro lado, o populismo de direita alimenta-se do medo, da raiva e do ódio, diz defender o povo, mas fá-lo dividindo-o. Promete segurança, mas mina. Promete identidade, mas semeia desconfiança", acusou.
Por isso, os partidos radicais "são dois extremos da mesma moeda, o medo e o ressentimento, e nenhum deles tem soluções reais para o país".
Mas, defendeu Mariana Leitão, o "contrário do populismo não é o centrismo tímido", mas "o liberalismo corajoso".
A IL "é a única força política que não entra no jogo do medo nem do ódio", porque não promete o impossível nem quer dividir o país, acrescentou Mariana Leitão, que reafirmou o compromisso de retirar o peso do Estado e de diminuir a carga fiscal, com uma gestão do dinheiro público "usado com rigor, sem desperdícios, sem tachos, sem favores".
Ao longo da campanha, Mariana Leitão tem percebido que "as pessoas estão cansadas de ver sempre as mesmas caras, os mesmos partidos, as mesmas promessas adiadas".
Em Almada, a IL apresenta como cabeça de lista o gestor Carlos Alves, num concelho socialista liderado por Inês de Medeiros. Há quatro anos, a IL obteve apenas 1.391 votos, três vezes menos do que o necessário para chegar à vereação.
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