"Considerando que em vários municípios estes partidos radicais vão coligados e bem aqui ao lado vão também coligados com o PS", Mariana Leitão questionou "se o secretário-geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro, se revê neste tipo de discursos dos radicais de esquerda ou se, por outro lado, se afasta".
"[Era] uma pergunta que eu gostava de fazer a José Luís Carneiro, considerando exatamente estar coligado em vários sítios, nomeadamente aqui ao lado, em Lisboa", afirmou Mariana Leitão, pouco antes do primeiro jantar-comício do partido na campanha para as autárquicas de 12 de outubro, em Almada, distrito de Setúbal.
Fazendo votos de "melhoras ao jovem que ficou gravemente ferido nas manifestações do Rossio", Mariana Leitão acusou os líderes de Bloco, Livre e Chega de promoverem a divisão política no país.
"Mariana Mortágua apelou a manifestações e aquilo a que temos assistido é, de facto, um escalar de atos de vandalismo e de desordem: tivemos linhas de metro ocupadas, estações ocupadas, políticos barricados durante um debate democrático, edifícios vandalizados e estamos de facto aqui a assistir a um escalar destes atos de desordem", referiu, sublinhando estar em causa uma "consequência deste discurso e destes apelos que são feitos".
A coordenadora do Bloco, que está detida em Israel após a interceção de uma flotilha humanitária que se destinava a Gaza, "tem feito apelos sistemáticos a manifestações, tem feito um discurso que acaba por ter como consequência este tipo de desordem", acusou a líder da IL.
"Isto não é aceitável e este tipo de discurso é também, no fundo, apoiado sistematicamente por Rui Tavares", porta-voz do Livre, salientou, considerando que se trata de "uma esquerda radical, que usa, no fundo, o ódio e o desespero" das pessoas.
"Juntamente também com André Ventura [líder do Chega], usam as mesmas as mesmas táticas para dividirem as pessoas", acusou.
Já a forma como a IL faz política "não é esta", porque este discurso "acaba por simplesmente dividir as pessoas e alimentar-se dessa raiva e desse desespero que vai se vai criando", disse ainda Mariana Leitão.
Esta tarde, um jovem que participava numa manifestação em Lisboa foi eletrocutado ao tentar subir para a parte superior de um comboio, na estação do Rossio.
O jovem era um dos participantes na manifestação a favor dos detidos da flotilha Global Sumud, que percorreu Lisboa esta tarde entre as praças do Martim Moniz e do Rossio.
Fonte dos bombeiros disse à Lusa que o jovem, de 18 anos, se terá agarrado à catenária.
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