"Era importante notar que o próprio primeiro-ministro disse que houve falhas de procedimentos, e é isso que não é bom no Governo, é haver entre ministros falhas de procedimentos", afirmou, considerando que "é um Governo com trapalhadas deste tipo, e isso não é aconselhável, isso é mau".
André Ventura falava aos jornalistas em Faro, durante uma curta arruada, a passo acelerado, acompanhado pelo candidato à câmara, o líder parlamentar do partido, Pedro Pinto.
"O que me preocupa não é quando a Base das Lajes é usada para países que são democráticos, o que me preocupa é quando a Base das Lajes é usada em Portugal para países islâmicos ou para ditaduras como a Venezuela, como o Irão ou outros países, isto preocupa-me mais", afirmou.
Questionado se devem ser assumidas responsabilidades, o presidente do Chega defendeu que os partidos se devem "focar no que interessa às pessoas neste momento" e o "Governo deve evitar trapalhadas como esta".
"Estou certo de que, para 99,9% dos portugueses, o que se passa de transações na Base das Lajes entre o Governo português e outros governos diz muito pouco. Eu acho que as pessoas estão preocupadas com a falta de habitação, estão preocupadas com salários baixos, estão preocupadas com corrupção, estão preocupadas com justiça", elencou.
Na ocasião, André Ventura foi questionado também sobre a detenção da coordenadora do BE e de outros cidadãos portugueses, que seguiam a bordo da flotilha humanitária para Gaza.
"Eu acho, francamente, que nós não ganhamos muito em trazer a Mariana Mortágua de volta", disse, voltando a criticar a decisão da bloquista de integrar este grupo e aconselhando-a a "preocupar-se primeiro com os portugueses".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) reconheceu na quinta-feira uma falha de procedimento, a nível interno, quando não foi informado pelos serviços de que aviões norte-americanos F-35 com destino a Israel iriam passar pela base das Lajes, nos Açores.
O movimento das aeronaves, em abril, foi alvo de um parecer favorável da AAN (Autoridade Aeronáutica Nacional), que depende do Ministério da Defesa Nacional, e teve "comunicação e autorização tácita", segundo o MNE.
A falha, de acordo com o Governo, não permitiu que houvesse um alerta para um nível político que permitisse a tomada de uma decisão de oposição.
PS, PCP e Livre já anunciaram que vão chamar ao parlamento o chefe da diplomacia, Paulo Rangel, e também o ministro da Defesa, Nuno Melo, cuja demissão foi pedida pelo Bloco de Esquerda e recusada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.
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