A candidata à Presidência da República, Catarina Martins, pediu a "libertação imediata" de todos os tripulantes da Flotilha Global Sumud e afirmou que "é urgente que todos os governos tenham uma voz firme" para fornecer ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
"Estão milhares de milhões de pessoas na rua para que a ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza. É esse o propósito da flotilha. Que a ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza", começou por referir em declarações aos jornalistas durante uma manifestação em frente à Embaixada de Israel, em Lisboa.
"Quem agora está detido e foi detido ilegalmente por Israel fê-lo porque saiu do sofá para fazer o que os governos todos do mundo deviam estar a fazer, quebrar o cerco e trazer ajuda humanitária àquela população e parar com algo a que nós não estávamos a habituados a ver no nosso mundo, que é a morte pela fome provocada por vontade humana de um estado organizado e reconhecido", acusou.
Catarina Martins considerou, ainda, que a "atuação de Israel é inaceitável" e reiterou que "quem se levanta para fazer chegar ajuda humanitária está a fazer o trabalho de toda a humanidade".
Para a candidata à Presidência da República, é "urgente que todos os governos tenham uma voz firme".
Sublinhando que a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, à semelhança de outros três cidadãos portugueses, está "detida ilegalmente por Israel" e que não há qualquer "contacto há muitas horas", Catarina Martins acusou as autoridades israelitas de um "claro incumprimento das obrigações internacionais".
"É preciso garantir a libertação imediata de todos os cidadãos ilegalmente detidos. Não só dos portugueses, de todos. De todos os cidadãos que estão naquela flotilha a tentar levar leite em pó às crianças, aos bebés que estão a morrer à fome, devem ser libertados agora", apelou.
Além da coordenadora do BE, Mariana Mortágua, da atriz Sofia Aparício e do ativista Miguel Duarte, cuja participação nesta iniciativa era conhecida, foi também detido por Israel um quarto português que seguia na flotilha, Diogo Chaves, divulgou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, as tripulações foram levadas para o porto de Ashdod e mantidas em centros de detenção específicos, onde poderão aceitar a expulsão voluntária imediata ou rejeitá-la e aguardar decisão judicial.
Israel iniciou em 16 de setembro uma grande ofensiva terrestre contra a cidade de Gaza, justificando-a para eliminar o último 'bastião' do grupo extremista palestiniano.
A invasão militar levou à deslocação forçada para o sul da Faixa de Gaza de mais de um milhão de pessoas e resultou em dezenas de mortos diariamente naquela cidade, muitos deles civis, num conflito que já matou mais de 66 mil palestinianos, incluindo mulheres e crianças, de acordo com os números do Hamas.
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