"Este distrito, esta região e o Algarve serão o grande bastião do Chega nos próximos anos em Portugal, porque será um distrito que marca o início da conquista do país, também aqui, a partir do sul. Nós vamos conquistar Portugal, nós vamos limpar Portugal", afirmou.
O líder do Chega participou hoje numa arruada em Portimão (distrito de Faro), acompanhado pelo candidato do partido à Câmara Municipal, o deputado e também líder da distrital, João Paulo Graça, e mais de duas centenas de apoiantes.
Durante o percurso de menos de um quilómetro, André Ventura foi levado em braços durante breves momentos por dois apoiantes.
Já no final da arruada, André Ventura discursou apoiado na porta do carro, e disse que nestas eleições autárquicas, o "objetivo só pode ser um, vencer".
"Nós já não somos um partido para ficar nem em segundo nem em terceiro. Nós queremos vencer. Se queremos limpar o país da corrupção, se queremos dar um futuro para os jovens, nós temos de vencer", salientou.
Em declarações aos jornalistas durante a arruada, o líder do Chega disse esperar uma "grande vitória no Algarve no dia 12", que não traga "dores de cabeça" mais tarde.
"Eu estou convicto que as vitórias que vamos ter em câmaras municipais e em juntas de freguesia vão honrar o país, quer na luta contra a corrupção, quer na questão da reorganização do espaço nas várias dimensões, em termos de mobilidade, em termos de habitação", afirmou.
André Ventura antecipou também que "o Algarve vai ser um grande laboratório do Chega a nível nacional, no sentido em que provavelmente será o distrito onde mais câmaras vai vencer".
"Eu acho que era muito importante conseguirmos transformar o resultado das legislativas nessa possibilidade de governar a nível local e mostrar que conseguimos governar bem em Portimão, em que o nosso candidato é o deputado João Graça, mas em Faro, em Olhão, em Albufeira, em Vila Real de Santo António, enfim, nas várias autarquias que o Algarve tem", indicou.
Ventura considerou que "o Algarve é provavelmente o sítio onde mais se sente a força do Chega e ela está aqui na rua e está à vista de todos".
"Eu espero ganhar muitas câmaras, espero que o Chega mostre que é um partido autárquico, com grande dimensão autárquica. [...] As pessoas têm de perceber que não basta votar no André Ventura e não basta votar a nível nacional. Nem sequer basta irem votar para as presidenciais. Têm de votar em quem vai mudar a vossa vida, que é nas autarquias locais, diretamente", apelou.
E defendeu que "o partido não pode achar que ou é o André Ventura, ou não é, tem de ter autarcas, tem de ter responsáveis, até para poderem ser escrutinados e criticados, quando têm de ser criticados".
O distrito de Faro foi o primeiro que o Chega venceu, nas eleições legislativas de 2024, a par do círculo da Europa. Já este ano, o partido liderado por André Ventura foi o mais votado nos distritos de Faro, Beja, Portalegre e Setúbal, bem como nos dois círculos da emigração.
Nesta ocasião, André Ventura foi questionado também sobre a desistência de Gabriel Mithá Ribeiro de candidato a presidente da Câmara Municipal de Pombal, dias depois de ter renunciado também ao mandato de deputado.
O presidente do Chega disse não ter sido informado da decisão e recusou adiantar uma justificação, alegando não a ter.
"Não vos posso dar o que eu não tenho. Lamento. Agradeci o trabalho que foi feito, não posso inventar, acho que não devo", disse, apontando que ainda "haverá tempo" para poder ser informado da justificação.
Questionado se esta saída se prendeu com uma entrevista que Gabriel Mithá Ribeiro deu ao jornalista Miguel Carvalho, publicada agora no livro "Por dentro do Chega, a face oculta da extrema-direita em Portugal", em que apontou críticas a André Ventura, este afastou.
"Não teve nada a ver com isso, nem sabia disso... O que é escrito em livros inventados, e por pseudo-jornalistas interessa-me pouco", afirmou.
Nesta arruada, acompanhada por bombos, alternaram-se palavras de apoio para o líder e para o candidato e a iniciativa terminou com o cântico "Portugal é nosso, e há de ser, Portugal é nosso até morrer".
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