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Detenção de Mortágua e reação do Governo marcam 3.º dia de campanha

A detenção por forças israelitas da coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e a reação do Governo a este caso foram hoje objeto de apreciação política por quase todos os líderes partidários no terceiro dia de campanha autárquica.

Detenção de Mortágua e reação do Governo marcam 3.º dia de campanha

© Rafael Medeiros/BE/Flickr

Lusa
02/10/2025 18:23 ‧ há 3 dias por Lusa

Política

Autárquicas

Entre a noite de quarta-feira e a manhã de hoje a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária, foi intercetada por forças israelitas, que detiveram quatro cidadãos portugueses, entre eles Mariana Mortágua e atriz Sofia Aparício.

 

Perante este caso, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esperar que os cidadãos portugueses possam regressar ao país "sem nenhum incidente", considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.

O secretário-geral do PS, em Estremoz, durante uma ação de campanha, manifestou apoio a posição do Governo e considerou que o Estado está "a fazer tudo o que pode", escusando-se a qualquer "juízo de valor" sobre "atitudes individuais". Uma reação diferente daquela que foi protagonizada pelo anterior líder socialista, Pedro Nuno Santos, que elogiou a "bravura" de Mariana Mortágua e dos outros ativistas detidos.

Ao contrário do PS, as direções do Bloco de Esquerda e do Livre criticaram a atuação do Governo português.

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, acusou o primeiro-ministro de "frieza e passividade" em relação à situação dos portugueses detidos por Israel. Falando aos jornalistas durante uma ação de campanha em Vila Franca de Xira, Rui Tavares disse mesmo que Luís Montenegro, ao contrário do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "não cuida dos valores de humanidade do PSD".

No mesmo sentido, o dirigente do Bloco de Esquerda Fabian Figueiredo criticou o Governo por dar escassas informações sobre as detenções dos portugueses e, em contraponto, elogiou a disponibilidade manifestada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, em declarações aos jornalistas, durante uma arruada em Odivelas, considerou que o Governo está "longe de fazer o urgente" para "acabar com o genocídio" na Palestina e defendeu que a flotilha humanitária destinada à Faixa de Gaza não estava a "fazer um cruzeiro".

Os barcos da flotilha humanitária "não se dirigiam à Palestina porque lhes apeteceu fazer um cruzeiro", mas porque "há um genocídio que está em curso, às mãos de Israel, com o conluio dos Estados Unidos e a cumplicidade da União Europeia", disse.

O presidente do Chega, que hoje apareceu pela primeira vez em campanha -- alegou questões pessoais para justificar as suas ausências na terça e quarta-feira -- atacou antes da coordenadora do Bloco de Esquerda, acusando-a de "irresponsabilidade". E questionou quem vai pagar os custos para trazer de volta ao país Mariana Mortágua.

"A Mariana Mortágua pôs-se nesta situação porque quis, ninguém lhe disse para ir para ali. Sabe e sabia, porque não tinha como não saber, que era uma zona de guerra interdita internacionalmente. Sabia, porque não podia não saber, que havia uma zona de interdição que não deixaria passar o barco em que ia", afirmou.

O presidente do Chega considerou que foi "pura irresponsabilidade" e "falta de bom senso", além de um "mero número de circo da extrema-esquerda".

Também a presidente da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, criticou o comportamento da coordenadora do Bloco de Esquerda e sugeriu oportunismo político.

"Fica a dúvida se Mariana Mortágua serviu a causa ou se se serviu da causa" palestiniana, afirmou.

O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, esteve hoje fora do país, na Dinamarca, para participar uma reunião da Comunidade Política Europeia. E fez-se substituir na chamada "volta autárquica" por Sebastião Bugalho -- eurodeputado que se filiou no partido em 2024 e não integra os órgãos dirigentes nacionais.

Do ponto de vista politico, a ação mais relevante dos sociais-democratas acontecerá esta noite. A candidata da coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/RIR à Câmara Municipal da Amadora, Susana Garcia, contará com as presenças de dois antigos líderes do PSD, Pedro Passos Coelho e Manuela Ferreira Leite, num jantar de campanha.

Leia Também: AO MINUTO: Ventura justifica ausência; Leitão? "Avanço significativo"

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