O bloquista Fabian Figueiredo falou, na manhã desta quinta-feira, sobre a detenção dos três civis portugueses, entre os quais está a líder do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua. Figueiredo deixou duras críticas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), dizendo até que têm mais informações a partir do que a diplomacia israelita tem publicado nas 'redes'.
"Israel deteve de forma ilegal três cidadãos portugueses, cujo paradeiro desconhecemos. Infelizmente, apesar da nossa insistência, o MNE ainda não respondeu ao nosso pedido de audiência", referiu.
Por outro lado, Fabian Figueiredo elogiou a ação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que "tem sido inexcedível", já tendo atendimento ao pedido de audiência, que se realizará às 14 horas em Belém.
"Esperamos receber mais informação, que, se diga, devia estar a ser prestada diretamente pelo MNE porque é o MNE que conduzi, dirige, a diplomacia portuguesa", criticou.
"É com profunda preocupação que comunicamos que não temos nenhuma informação em relação a Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte desde o momento em que foram detidos", revelou, criticando a atuação da pasta tutelada por Paulo Rangel.
O bloquista afirma ainda que a informação que têm é "aquela que é publicada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel nas redes sociais".
Apelando ao MNE que "atenda finalmente ao pedido de audiência, que dê informação às famílias e ao Bloco de Esquerda".
Note-se que os três ativistas seguiram numa flotilha humanitária em direção a Gaza, que partiu de Barcelona, em Espanha, no início do mês. Na quarta-feira à noite Mariana Mortágua e Sofia Aparício foram detidas pelas autoridades israelitas, que entraram nos barcos em que estas seguiam, já a menos de 170 quilómetros de Gaza.
Mais tarde, também o barco em que seguia Miguel Duarte foi intercetado pelas autoridades israelitas, sendo também detido. A maioria dos barcos já foi intercetado, esperando que os as ativistas que ocupavam todos estes desembarquem nos portos israelitas ainda hoje.
Ainda ontem, o chefe da diplomacia portuguesa não especificou qual o porto israelita em que os portugueses iriam sair.
Já na manhã desta quinta-feira, o primeiro-ministro, que se encontra em Copenhaga, na Dinamarca, garantiu que o Governo iria prestar "todo o apoio" aos portugueses e que está em contacto com Rangel, que é quem está a "gerir" a situação.
"Estamos em contacto com as autoridades israelitas, com vista a salvaguardar a situação desses portugueses e a prestar todo o apoio consular como é a nossa responsabilidade com estes e todos os portugueses que se encontrem numa situação equivalente, sendo certo que não é de desprezar a circunstância de uma destas pessoas ser, além do mais, titular de um órgão de soberania", assegurou Luís Montenegro, falando em concreto de Mariana Mortágua.
Marcelo Rebelo de Sousa, ontem, emitiu uma nota no site da Presidência: "O Presidente da República confirmou junto do Governo que será assegurado, através da nossa Embaixada em Telavive, todo o apoio consular aos compatriotas detidos, como é de regra, e em particular quando implica titulares de órgãos de soberania, bem como todo o apoio ao regresso a Portugal."
[Notícia atualizada às 11h57]
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