A campanha para as eleições autárquicas arrancou esta terça-feira, com os líderes políticos espalhados pelo país. O Partido Social Democrata (PSD) começou pela capital e arredores, com a presença do presidente, Luís Montenegro.
A campanha começou em Cascais, passou por Sintra e ao início da tarde estava em Lisboa, onde Montenegro tinha um almoço marcado com autarcas da capital.
O primeiro dia ficou então marcado pela presença do líder do PSD, que decidiu conciliar a sua agenda de primeiro-ministro com as Autárquicas.
Foram várias as pessoas que receberam o líder social-democrata nas ruas, demonstrando o seu apoio, tal como pode ver nas imagens acima.
Note-se que apesar de a campanha ter arrancado com sorrisos por Lisboa, no fim de semana o chefe de Governo teve um momento mais tenso com uma residente em São João da Madeira, distrito de Aveiro.
Tudo aconteceu na sequência de anúncios do Governo, na semana passada, em que é introduzido é conceito de renda "moderada", que tem em conta o intervalo de 400 a 2.300 euros ou uma redução da taxa de IVA para 6% para a construção de casas para venda até 648 mil euros.
A mulher, visivelmente nervosa, disse-lhe que não tinha "dois mil e tal euros para arrendar uma casa". Montenegro mostrou-se disponível para explicar-leh as medidas, dizendo-lhe que ela podia contar com a ajuda do Governo. A mulher questionou "que ajuda" era essa e apontou também os problemas nos centros de saúde, dizendo que era doente crónica e que não havia consultas nas unidades.
E Montenegro retorquiu: "Se a senhora vem com esse elemento eu vou-lhe dizer assim: não vale a pena insistir. Tenho muita compreensão pelos problemas, mas é quando as pessoas querem ser esclarecidas. O que está a dizer não é verdade". A conversa 'escalou' e o primeiro-ministro acabou com a conversa, dizendo: "Estamos conversados".
'Como' concorre o PSD?
Nas próximas autárquicas, o PSD só não concorre a cinco dos 308 municípios do país (Aljustrel, Barrancos, Monforte, Velas e Corvo) e, em cerca de de metade, irá coligado com outros partidos, sendo a novidade os acordos com a IL, mantendo-se sem qualquer coligação pré-eleitoral com o Chega.
Segundo dados atualizados à Lusa pelo coordenador autárquico do PSD, Pedro Alves, o PSD irá sozinho a votos em 137 autarquias e estabeleceu mais de 150 coligações: destas, 113 são apenas com o CDS (os democratas-cristãos lideram em duas), seis apenas com a IL, 16 entre os três partidos e 18 que incluem outros partidos (como o MPT ou o PPM).
Os sociais-democratas apoiam ainda 11 candidatos independentes, entre os quais o antigo ministro do PSD Isaltino Morais, em Oeiras, ou a ex-autarca da CDU Maria das Dores Meira, em Setúbal (neste caso contra a vontade das estruturas locais), e outros como Marinha Grande ou Idanha-a-Nova. Na Figueira da Foz, o antigo presidente do PSD e agora independente Pedro Santana Lopes encabeçará uma lista PSD/CDS-PP.
O PSD candidata 48 mulheres a presidências de Câmara (cerca de 15% do total) e tem 19 autarcas que não se podem recandidatar devido à lei de limitação de mandatos (eram mais do dobro quando foram eleitos há quatro anos, mas muitos foram, entretanto, dando lugar aos potenciais sucessores).
Entre as saídas mais emblemáticas contam-se os autarcas de Cascais, Carlos Carreiras, Braga, Ricardo Rio, ou Aveiro, Ribau Esteves.
Sete candidatos a presidentes de Câmara são deputados do PSD, tendo de renunciar ao mandato em caso de vitória: Cristóvão Norte (Faro), Emídio Guerreiro (Gondomar), Hugo Oliveira (Caldas da Rainha), Gonçalo Valente (Ourique), Ricardo Araújo (Guimarães), Sofia Carreira (Leiria) e Sónia dos Reis (Grândola).
Veja na galeria acima as imagens da estreia do PSD na campanha.
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