Luís Mendes falava à Lusa na sua primeira ação de campanha oficial para as eleições de 12 de outubro, depois de dar uma volta pelo Bairro Alto, na freguesia da Misericórdia, acompanhado pela presidente do partido, Márcia Henriques.
"A minha grande proposta é a ideia de ter um lar em cada freguesia. Atualmente, os idosos, após uma determinada idade, as [suas] famílias vêm-se obrigadas a procurar soluções fora do concelho. E, muitas vezes, às vezes, até fora do distrito", disse.
De acordo com o candidato à câmara e também à Junta de Freguesia de Marvila, se nas 25 freguesias de Lisboa forem criadas 20 camas, está-se a "aumentar a oferta social para os idosos" e também a valorizar as pessoas que "trabalharam e fizeram a vida toda em Lisboa".
Luís Mendes começou a visita ao Bairro Alto na rua das Gáveas e foi orientado por Leonel Jesus que cresceu no bairro lisboeta, mas já não vive no local.
Com esta ação "de proximidade à população", o candidato do RIR ouviu "queixas que são um bocadinho gerais a toda a cidade, mas particularmente na freguesia da Misericórdia".
"As pessoas queixam-se, principalmente, da insalubridade das ruas, a quantidade de lixo, a proliferação de pragas, o desgaste do espaço público que advém da grande pressão de animação noturna aqui no Bairro Alto e acho que é neste momento que precisamos de ter um bocadinho de coragem política para mudar e termos decisões estratégicas", afirmou.
Desta forma, Luís Mendes propõe o "desmantelamento gradual e parcial" de estabelecimentos de animação noturna e a sua deslocação para outras zonas da cidade, mantendo os restaurantes, as casas de fados e o comércio local, exceto as lojas de recordações.
O candidato defendeu estas ideias, ressalvando que "os empresários e os investidores não podem perder".
A ideia é que a deslocação se dê para a frente ribeirinha "animando a zona", explicou, lembrando que se trata de uma ideia de que se fala "há muitos anos", mas não há o "aprofundamento da questão".
O candidato do RIR defende igualmente um "inventário exaustivo de todo o património municipal e do Estado", lembrando que existe "muito património do Estado devoluto" e que, tanto um como outro seriam passiveis de requalificar ou reabilitar para habitação, habitação estudantil e para professores deslocados.
"Além desse inventário, conseguir - aquilo que eu desejava - construir 11 mil casas nos próximos 10 anos. Isso é fazível com os apoios público-privados, com os apoios do PRR, para construir e criar solução de habitação para as pessoas", manifestou.
Em relação à higiene urbana na cidade, matéria em que tem experiência tendo em conta que é operacional do departamento de higiene urbana da autarquia lisboeta, Luís Mendes frisou que precisa de "uma nova gestão".
Considerando "não fazer sentido" as divisões de responsabilidade entre município e freguesias, Luís Mendes considerou que estas devem ser diferentes, "mas todas em prol da cidade".
"Não podem ser zonas de ninguém. Isto agora não é da câmara, isto é da junta, isto não é da junta, é da câmara. E estas indecisões causam, obviamente, o estado em que está a cidade. É importante também definir exatamente os regulamentos internos da higiene urbana. Não só para os funcionários, mas também para os municípios", afirmou.
O candidato aposta então em "sensibilização, fiscalização, contratação de mais assistentes operacionais, mais funcionários para a limpeza e uma gestão nova da higiene urbana".
Nas eleições autárquicas concorrem também à presidência da Câmara de Lisboa Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
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