Em conferência de imprensa após um Conselho de Ministros, Nuno Melo disse querer "esclarecer equívocos" lançados por José Luís Carneiro em relação aos aviões Canadair, afirmando que a decisão de adquirir novas aeronaves foi feita, inicialmente, pelo Governo liderado por Pedro Passos Coelho, mas ficou pelo caminho depois da tomada de posse do primeiro Governo socialista liderado por António Costa.
"Foi com o Partido Socialista que veio uma não pronúncia relativamente a esse aviso, houve declarações políticas no sentido que se entendia que os Canadair adquiridos teriam a par outros custos, nomeadamente custos de manutenção e de tripulação, e que por isso a melhor solução estaria nos privados", acrescentou.
Esta posição surge depois de José Luís Carneiro ter afirmado que o ministro da Defesa "fez afirmações infundadas" e "faltou à verdade" sobre meios aéreos de luta contra os fogos, frisando que foram os socialistas a "garantir" capacidade de combate aos KC 390 e a aprovar uma resolução para a aquisição de dois novos 'Canadair'.
Nuno Melo pediu um "exercício de memória" para recordar que, em 2015, outro Governo formado por uma coligação entre o PSD e o CDS "já defendia a compra dos 'Canadair'" e que a mesma só não aconteceu por decisão do executivo do PS que o sucedeu.
O ministro da Defesa quis também responder ao ex-ministro da Defesa, o socialista João Gomes Cravinho, que terá dito que o Governo está a investir em "'kits' de incêndios em aeronaves obsoletas", para assegurar que os C-130, as aeronaves em causa, "saíram modernizadas" das oficinas da OGMA -- Indústria Aeronáutica de Portugal.
Melo lembrou ainda que foram Governos do PS que decidiram comprar 'kits' para os C-130 e que não pode agora "dizer que afinal as aeronaves eram obsoletas".
O ministro da Defesa Nacional reforçou ainda que os novos 'Canadair' deverão chegar um em 2029 e outro em 2030 "se tudo correr bem".
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