Em declarações à agência Lusa, no âmbito do debate do estado da nação de quinta-feira, o deputado centrista defendeu que as últimas eleições deram ao Governo uma "maior sustentabilidade" que permitirá "continuar um processo muito relevante de desagravamento fiscal e de retribuição do rendimento aos portugueses".
João Almeida considerou que é possível atualmente "dar melhores condições às pessoas, resolver situações de muitas profissões, designadamente na administração pública, que se vinham a arrastar há muitos anos" sem prejudicar uma "trajetória de equilíbrio nas contas públicas".
O centrista disse esperar que o próximo Orçamento do Estado crie também condições para que "as empresas também possam ter outro desagravamento fiscal" de modo a "poderem investir mais" e contribuir para um aumento da qualidade de vida em Portugal e na fixação de jovens no país.
João Almeida referiu ainda a questão da imigração para elogiar a ação do Governo nessa matéria e defender que o trabalho do executivo tem como objetivo "dar tranquilidade a todos os que cá estão, em primeiro lugar, e aqueles que vêm legalmente e respeitam as regras" do país.
Sobre as críticas da oposição à atual situação na Saúde, o deputado ironizou considerando "compreensíveis quando vêm do PS" porque, acrescentou, ninguém conhece tão bem os problemas "como quem os criou".
"O Partido Socialista, que deixou a saúde e o Serviço Nacional de Saúde na pior situação de sempre, que conduziu a habitação também à pior situação de sempre, sabe muito bem que não é num ano que se resolve esse problema, e, portanto, é natural que fale disso", atirou.
Em relação ao papel dos centristas na coligação e na ação governativa, João Almeida destacou a medida do executivo para proibir os telemóveis nas escolas até ao sexto ano, garantindo que o partido está "satisfeito e motivado" com o seu papel no executivo.
Depois das férias parlamentares, o CDS-PP vai concentrar o seu trabalho na discussão do Orçamento do Estado para 2026, com foco na descida de impostos para as empresas e as pessoas, de forma a terem mais rendimento disponível, adiantou João Almeida.
"O que nós queremos, de facto, é contribuir com medidas para aumentar a qualidade de vida dos portugueses e, no início de cada sessão legislativa, o momento do orçamento é muito importante para isso, para devolvermos rendimento e para deixarmos que mais rendimento fique nas famílias, para que mais gente tenha emprego e para que quem já o tem ganhe ainda melhor", disse.
Está agendado para a próxima quinta-feira o debate sobre o estado da nação, o primeiro desde que o XXV Governo Constitucional tomou posse, que contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante elenco governativo.
Leia Também: Governo desvaloriza "problemas reais" e governa de "forma populista"