Governo desvaloriza "problemas reais" e governa de "forma populista"

 A porta-voz do Livre Isabel Mendes Lopes acusou o executivo PSD/CDS-PP de desvalorizar os "problemas reais" do país, governando de "forma populista", e pediu mais diálogo na Assembleia da República.

Isabel Mendes Lopes, Livre,

© Horacio Villalobos#Corbis/Getty Images

Lusa
15/07/2025 06:37 ‧ ontem por Lusa

Política

Estado da Nação

"Temos neste momento uma nação que está a ser governada por quem não tem amor à nação que temos. Porque o que este Governo está a fazer, na verdade, é implementar a política fiscal da Iniciativa Liberal e depois adotar basicamente o programa que vem da extrema-direita, sem uma visão estratégica para os problemas que temos no país", considerou Isabel Mendes Lopes.

 

Em declarações à Lusa, a propósito do debate sobre o estado da nação, agendado para quinta-feira, a também líder parlamentar do Livre defendeu que o executivo governa de "forma populista, sem uma preocupação concreta com os problemas reais do país e das pessoas, sejam elas portuguesas ou estrangeiras".

Na ótica da bancada do Livre, o executivo avança com "propostas que não são sobre os problemas efetivos do país, mas que fazem muito fogo-de-vista e que, no fundo, respondem à agenda da extrema-direita".

Entre os problemas que preocupam o partido está o aumento do preço das casas em Portugal e a "situação bastante caótica" do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente nas urgências obstétricas e pediátricas e no INEM.

Interrogada sobre se, no atual quadro parlamentar, no qual a esquerda está mais reduzida, é mais difícil fazer oposição, Isabel Mendes Lopes respondeu que sim, mas não pela esquerda.

"Na verdade, é muito mais pela postura à direita e pela postura do próprio Governo que tem sido difícil fazer oposição, porque não há um respeito pelo parlamento, não há um respeito pelo diálogo parlamentar", acusou.

Isabel Mendes Lopes considerou que o executivo PSD/CDS-PP "escolhe com quem quer dialogar" e deu como exemplo as reuniões convocadas pelo primeiro-ministro sobre Defesa apenas com Chega e PS, ou sobre imigração, nas quais foram ouvidos estes partidos mais a IL.

"Há mais partidos no parlamento, há mais cidadãos que se veem representados em partidos que também estão no parlamento e com quem o Governo, com toda a lealdade, deveria dialogar e nós queremos fazer esse diálogo com o Governo, mesmo quando sabemos que as posições são diferentes", apelou.

O partido, que chegou a propor nesta legislatura uma comissão parlamentar de inquérito sobre a preparação, prontidão e planeamento de crises e emergências de larga escala na sequência do apagão energético de 28 de abril, lamenta que o Governo também não demonstre preocupação com a preparação do país para eventos extremos.

Isabel Mendes Lopes disse esperar que o executivo explique, durante o debate parlamentar, que medidas tenciona tomar para baixar o preço das casas, insistindo na regulamentação do fundo de emergência para a habitação proposto pelo Livre no Orçamento do Estado para 2024.

"Mas, sobretudo, gostávamos de ver uma postura diferente por parte do Governo, de reconhecer os problemas que existem e não criar problemas novos, criar papões ou empolar problemas que, na prática, são muito mais fáceis de resolver do que o Governo entende e, efetivamente, olhar para o país que temos e resolver os problemas que temos", insistiu.

Está agendado para a próxima quinta-feira o debate sobre o estado da nação, o primeiro desde que o XXV Governo Constitucional tomou posse, que contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante elenco governativo.

Leia Também: Estado da nação é "o pior possível", atira BE

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