"Apoio António José Seguro pela sua idoneidade cívica, experiência política e integridade", lê-se numa nota de Alberto Martins enviada à agência Lusa, na qual o ex-ministro e ex-líder parlamentar do PS considera que, nos diversos lugares da sua intervenção pública, António José Seguro "afirmou-se pela exigência, ponderação e lucidez".
"O seu currículo (desde o parlamento português e europeu, ao Governo e à liderança do PS, entre outros) é conhecido, e reconhecido, e qualificam-no para o desempenho do alto cargo de Presidente da República", considera.
Alberto Martins, ministro da Reforma do Estado e da Administração Pública entre 1999 e 2002 e, depois, ministro da Justiça entre 2009 e 2011, sustenta que, mesmo quando esteve afastado da vida política e partidária, António José Seguro "soube manter uma atitude de intocável distância e dignidade cívica".
Por outro lado, Alberto Martins considera que "um Presidente da República deve ser uma personalidade inspirada e inspiradora, contribuindo, no âmbito das suas competências, para as necessárias mudanças coletivas que a sociedade portuguesa, como parte ativa, exige".
"E, com António José Seguro, com a sua natural capacidade de diálogo, experiência participativa e rigor de procedimentos, cumpra e faça cumprir a Constituição da República", escreve Alberto Martins.
Depois, numa alusão a um eventual apoio do PS à candidatura de António José Seguro, Alberto Martins recorda que "os Presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio triunfaram quando o partido se uniu em defesa dos seus valores e de uma candidatura única".
"A situação política nacional e internacional exige que os valores identitários do 25 de Abril não possam ser postos em causa por lideranças institucionais conservadoras e autoritárias", defende.
Além de ministro, Alberto Martins foi líder parlamentar do PS nos últimos dois anos da liderança de António José Seguro, entre 2013 e 2014, e durante a maioria absoluta de José Sócrates, de 2005 a 2009.
Foi também um dos protagonistas da Crise Académica de 1969, quando, enquanto presidente da Associação Académica de Coimbra, pediu a palavra ao então chefe de Estado, Américo Thomaz.
A Crise Académica de 1969 eclodiu devido a uma intensa agitação social e política em Coimbra, sendo desencadeada pela recusa do governo em dar a palavra aos estudantes da Universidade de Coimbra, levando a um forte período de contestação estudantil, que culminou no 25 de Abril de 1974.
O ex-secretário-geral do PS António José Seguro anunciou esta terça-feira que será candidato a Presidente da República, considerando que o país precisa de "mudança e esperança numa vida melhor", numa altura em que, disse, falta estabilidade e confiança.
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