A eleição decorreu na sala do Grupo Parlamentar do CDS-PP na Assembleia da República, com os dois deputados a depositarem o voto numa urna lá colocada para esse efeito.
Após a votação, que demorou apenas alguns segundos, os votos foram retirados da urna por uma funcionária do partido, que os mostrou e anunciou o resultado, sendo que os dois boletins mostravam uma cruz no único candidato, Paulo Núncio.
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, fez questão de assistir à eleição, que foi também acompanhada pela comunicação social, convocada pelo partido.
Paulo Núncio foi o líder parlamentar do CDS-PP na legislatura que terminou, quando o partido regressou ao parlamento, no ano passado, depois de não ter conseguido eleger qualquer deputado nas eleições legislativas de 2022. O Grupo Parlamentar centrista é composto também por João Almeida, que substituiu Nuno Melo quando foi escolhido para assumir a pasta de ministro da Defesa Nacional.
Em declarações aos jornalistas, Nuno Melo saudou a reeleição de Paulo Núncio e salientou o "trabalho extraordinário" dos dois deputados centristas no último ano, considerando que se "distinguiram no combate político perante grupos muito maiores".
"O CDS é um partido fundador da democracia e mostrou, uma vez mais, que independentemente do tamanho em número do seu grupo parlamentar, tem normalmente quadros de excelência que fazem diferença", defendeu.
Questionado sobre as prioridades do partido para a XVII Legislatura, que hoje arranca, o ainda ministro da Defesa Nacional disse que "há um programa eleitoral que foi sufragado, e esse programa é necessariamente uma base da AD", mas não especificou nenhuma área.
O líder do CDS-PP disse que o partido deu o seu contributo para esse programa eleitoral e considerou que "o programa de governo há de ser coerente relativamente a este programa eleitoral".
Apesar de assinalar a "coesão do projeto político que venceu as eleições legislativas" de 18 de maio, Nuno Melo defendeu que a AD é constituída por "dois partidos que são diferentes, com estilos diferentes e com, em muitos momentos, uma produção legislativa que reflete essas diferenças".
"Tudo aquilo que nós nunca aceitaríamos nem faríamos era permitir uma diluição do CDS nesse projeto", afirmou.
O líder do CDS-PP afirmou também que a bancada "será de apoio ao governo", mas recusou responder a perguntas sobre a constituição do próximo executivo, remetendo qualquer anúncio para o primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro.
Nuno Melo disse apenas esperar que a posse possa acontecer "nos próximos dias".
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