Pedro Duarte analisou, na noite deste domingo, na CNN Portugal, o percurso que o Partido Socialista tem seguido nos últimos anos, reconhecendo que "há uma crise da Esquerda e centro-esquerda que já tem alguns anos significativos e para o qual ainda não há resposta - e que, de certa maneira, também atinge o centro de Direita". Olhando para o futuro, diz que é errado "desvalorizar José Luís Carneiro" enquanto possível líder do PS.
Pedro Duarte começou por apontar o dedo a Pedro Nuno Santos como um dos responsáveis pela queda do PS, considerando que este assumiu uma posição "radical" em que tentou "empurrar a AD para o Chega para que estes formassem um bloco político, e para que o PS aproveitasse para ficar com o centro político do país".
O problema, defendeu, é que a AD "resistiu" a isso. "A partir do momento em que a AD não saiu do centro, o PS teve uma esquerdização, foi-se extremando e adotou uma política de ser do contra", criticou.
"O desígnio principal de Pedro Nuno foi combater a Direita e pôr-nos uns contra os outros e isso é pela negativa", atirou.
O ministro dos Assuntos Parlamentares considerou assim que, "a bem do país, era bom voltar a ter um PS com postura construtiva, com responsabilidade e olhar para o interesse nacional".
José Luís Carneiro? "É encarado como um líder interino"
Em relação à pessoa que poderá ter a missão de tentar voltar a colocar o PS no centro da polícia, o governante considerou que "José Luís Carneiro tem um problema no PS. Pelo que vou analisando, é encarado pelas principais figuras do PS como um líder interino", disse, referindo que parece que a sua escolha é "um adiamento da decisão", apenas para pôr a máquina do PS a funcionar a tempo das eleições autárquicas.
Porém, atirou, "desvalorizar José Luís Carneiro é um erro", considerando mesmo que o candidato teve ser enaltecido "pela sua coragem" de assumir a liderança do PS nesta "fase difícil".
Pedro Duarte admitiu que este tem hipóteses de passar de "líder interino, a líder transição e, se se conseguir afirmar, passar a ser líder aclamado com perspetivas futuras" - e recordou, aliás, que este é um percurso que "todos os líderes terão de fazer"
Recorde-se que as eleições diretas para escolher o novo secretário-geral do PS vão decorrer em 27 e 28 de junho, como previa o calendário proposto pelo presidente do partido que foi aprovado na Comissão Nacional com 201 votos a favor e cinco contra.
Leia Também: "PS não deverá inviabilizar a entrada em funções do governo"