Em declarações aos jornalistas no arranque da última ação de campanha, uma arruada em Lisboa, o cabeça de lista por Faro responsabilizou o também líder do PSD por o país ir novamente a eleições e acusou-o de não "dizer a verdade aos portugueses".
Pedro Pinto voltou a mostrar-se convicto de que o Chega vai vencer as eleições de domingo e reiterou que, se isso não acontecer, o partido está disponível "para conversar" com outras forças políticas.
Questionado como vai conversar com o PSD caso Luís Montenegro se mantenha à frente do partido, o líder parlamentar respondeu que "a pergunta tem de ser feita ao PSD, porque Luís Montenegro não tem condições, aliás ele não devia ser candidato a primeiro-ministro".
Pedro Pinto considerou também que "só há um voto no próximo domingo" para quem quer "uma mudança e uma limpeza", esse voto "é no Chega".
"Querem uma coisa diferente, querem um projeto de país diferente, votem no Chega no próximo domingo", apelou.
O dirigente recusou ainda que o Chega tenha ficado a falar sozinho nesta campanha, considerando que "a AD e o PS falaram muito um para o outro, mas falaram com os temas do Chega" e "foram a reboque do Chega".
O Chega encerrou hoje a campanha para as eleições legislativas de domingo com uma arruada entre o Chiado a Praça do Município, em Lisboa.
A comitiva, com algumas centenas de pessoas, saiu 45 minutos depois da hora prevista, porque teve de esperar que o PS também fizesse a sua descida do Chiado. Ao fim de meia hora chegaram à Praça do Município, onde, minutos depois, se juntou André Ventura, que se dirigiu aos presentes, abandonando depois o local.
Os apoiantes do Chega levavam bandeiras do partido e de Portugal.
Apesar de não ter marcado presença nesta arruada, o líder do partido foi referido em cânticos, a sua cara estava em máscaras distribuídas pelos presentes e havia também uma bandeira de grandes dimensões com a sua imagem.
"Ventura amigo, o povo está contigo"; "Ventura chegou e o sistema abalou, Luís Vai á trabalhar par ao Ventura poder governar"; "O Chega unido jamais será vencido"; "Portugal é nosso e há de ser"; "Ventura vais ganhar, Portugal vais salvar" foram alguns dos cânticos entoados.
Na dianteira do grupo, estavam vários deputados e dirigentes, como Pedro Pinto, Pedro Frazão, Rita Matias, Rui Paulo Sousa ou Marta Silva, que seguravam uma bandeira de Portugal.
Na passagem pela Rua Nova do Almada, houve um momento de tensão quando um jovem com um cartaz onde estavam escritas passagens da Bíblia se aproximou da comitiva e se juntou aos apoiantes do Chega. Algumas pessoas que participavam na arruada insultaram o homem, tentaram tapar com bandeiras do partido e um deles tirou-lhe o cartaz das mãos e deitou-o ao chão.
No cartaz lia-se "o homem mau e sem valor vive de dizer mentiras, pisca os olhos e faz gestos para enganar os outros, tem no seu coração o propósito de enganar, planeia sempre o mal e semeia a discórdia".
Aos jornalistas, Henrique Frazão considerou que "isto é uma perfeita descrição de André Ventura" e acusou os elementos do Chega de serem "falsos profetas" e de fazerem "o oposto do que diz na Bíblia".
Depois de ter sido agarrado por membros da comitiva, o rapaz foi retirado para a lateral da rua por elementos da PSP, que acompanharam todo o percurso, incluindo da Equipa de Intervenção Rápida.
Leia Também: Ainda de penso, Ventura volta à campanha do Chega (e emociona-se)
