Da "mudança segura" à estabilidade, Pedro Nuno cola AD à austeridade

Contra a "mistura explosiva" da coligação AD/IL, o líder do PS apostou numa campanha para se afirmar como "mudança segura" e garantia de estabilidade governativa em diálogo com todos, procurando colar o primeiro-ministro à austeridade e à incompetência.

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© Partido Socialista/Flickr

Lusa
15/05/2025 10:38 ‧ há 6 horas por Lusa

Política

Legislativas

Pedro Nuno Santos fez-se à estrada para as eleições de domingo com o objetivo claro de rejeitar qualquer responsabilidade do PS nestas legislativas antecipadas e todos os dias se mostrou confiante na vitória, mesmo contra as sondagens que diz que subestimam sempre o PS.

 

O líder do PS fez questão de, dia após dia, sempre que subia ao púlpito dos comícios, apresentar as principais medidas do programa eleitoral, com destaque para o IVA zero nos bens alimentares essenciais, a redução de impostos na energia, o salário mínimo nacional ou a redução do tempo semanal de trabalho no privado.

Focado em distanciar-se da AD e de Luís Montenegro, o caso da empresa familiar que levou a esta crise política saiu do discurso diário do líder do PS -- essas 'despesas' ficaram para outros socialistas que foram discursando ao longo dos dias --, que preferiu focar-se na acusação de incompetência do Governo em áreas "em que não podia falhar", como a saúde, a habitação e uma economia em queda.

E foi partindo das críticas aos números da economia que deixou avisos para o cenário internacional instável e para os riscos do "programa irrealista da AD", contrapondo com aquilo que disse ser um programa prudente do PS.

Discurso após discurso, Pedro Nuno Santos acusou Montenegro de ser "o principal fator de instabilidade em Portugal", motivo pelo qual defendeu que a AD não merece ganhar.

Em contraposição, o líder do PS quis deixar a ideia de "mudança segura" e de estabilidade que diz que o PS sempre garantiu, mesmo sem maioria absoluta, e "puxou dos galões" do tempo da geringonça, enquanto secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, quando assegurou orçamentos aprovados.

Mas os desafios da esquerda para que clarificasse a disponibilidade para acordos ficaram sem resposta clara e, diretamente do Entroncamento, Pedro Nuno Santos assegurou que, depois das legislativas, irá encontrar uma "solução de estabilidade política" em diálogo com os grupos parlamentares eleitos no domingo.

Sem abrir o jogo sobre como encontrará essa solução, o líder do PS garantiu que o Presidente da República pode ficar descansado porque um Governo liderado pelo PS será de diálogo e de estabilidade.

Com constantes apelos à concentração de votos no PS, especialmente em distritos nos quais os outros partidos à esquerda não conseguem eleger, Pedro Nuno Santos centrou também muito o seu discurso naquilo que qualificou como "mistura explosiva" de uma eventual coligação AD/IL e alertou para eventuais riscos para setores como a saúde ou a Segurança Social.

Ainda sem antigos líderes do PS ao seu lado na estrada -- Pedro Nuno Santos sublinhou que o seu partido deu ao mundo líderes internacionais como António Costa ou António Guterres -, o secretário-geral do PS citou por diversas vezes Costa para recordar como os seus governos conseguiram "acabar com a austeridade" e lidar com crises como a pandemia ou o pico inflacionista.

Com uma campanha de desenho tradicional, Pedro Nuno foi ouvindo queixas de pensionistas e das suas baixas reformas, com dificuldades para pagar casas, medicamentos e comida.

E foram as pensões que serviram como outro dos pontos de demarcação em relação à AD, com o líder do PS a apelidar Montenegro de "12.º ministro de Passos Coelho" e colá-lo assim à austeridade e aos cortes do tempo da 'troika'.

Ao longo dos dias, sempre rodeado da JS e com o hino de campanha em loop, Pedro Nuno Santos distribuiu incontáveis beijinhos, tirou inúmeras fotografias, subiu ao carro para dar uma imagem de força, recorreu ao megafone, bebeu ginjinha, usou um capote serrano e até se vestiu de motard para fazer uma viagem na sua mota entre um dos momentos mais altos da campanha, em Santo Tirso, e um almoço popular em Famalicão.

Leia Também: AD centra campanha em Montenegro (mas sem Spinumviva no guião)

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